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cronicas-->Estacionamento -- 11/06/2000 - 10:07 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Qualquer um que frequente a área central de uma de nossas cidades de maior porte já deve ter se deparado com o problema clássico da falta de estacionamento. Há cidades que resolveram a questão com edifícios garagem, outras com garagens nos edifícios. Mas nunca são em número suficiente.

Nos locais em que o estacionamento pago não está disponível ou tem preço proibitivo, surge a questão da procura de uma vaga. Há que ser uma vaga legítima, sob pena de multas, guinchos e outras retaliações públicas ou privadas. Este requisito já restringe muito o seu leque de opções. Eu sei, mas com diz a propaganda: esse é o código.

Falo assim como se as vagas nas ruas não fossem pagas. Sempre há o nobre diretor de áreas externas a cobrar sua taxa pelo cuidado que tem com nosso automóvel ou pelos serviços de orientação para a entrada e a saída da vaga. É praticamente um prático a orientar o comandante pelos canais e entradas do porto.

Da minha recente experiência em zonas centrais, mais especificamente no Setor Comercial Sul em Brasília, venho colhendo experiências e ensinamentos. Tenho também ouvido muita música no rádio. Não chega a ser horrível. É apenas chato. Nestas horas a lembrança que existe càmbio automático é sempre uma tortura para quem não o tem. Mas a gente vai circulando, olhando, circulando, olhando, circulando, circulando e olhando e uma hora a vaga aparece como se estivesse lá o tempo todo. Ela estava, mas havia um carro sobre ela. Quando encontra, o coração dispara de medo. Algum gaiato sem educação pode sempre fazer alguma manobra estranha e roubar a vaga. É só uma vaga, depois tem outra, não vale a pena a preocupação. Mas quem explica isso ao coração ansioso?

Antigamente eu tinha facilidade em encontrar vagas onde quer que fosse. Eu brincava dizendo que tinha um anjo guardador de automóveis que sempre providenciava uma vaga especialmente para mim. Eu chegava e, rapidamente, surgia a vaga. Com as dificuldades deste ano acho que o anjo foi promovido para cuidar de assuntos mais importantes. Acalmar os credores, por exemplo. Agora não sei o que faço, preciso do anjo para arrumar vagas mas não posso rebaixá-lo. Logo ele que foi tão útil nestes últimos tempos. Pensei em um anjo estagiário, mas seria uma tarefa muito difícil para um anjinho inexperiente. Não teria chance.

Considerando que a vaga agora é assunto prioritário, vou ter que conversar com o anjo. Vou explicar que os tempos mudaram, que as prioridades são outras e que cada um de nós deve se adaptar à nova realidade. Claro que não vai dar para aliviar o trabalho de controle dos credores - é muito cedo para isto. Esta nova função tem que ser absorvida sem aumento de custos.

Como ele nunca me deixou mal, aposto que ele topa. Mas há que esperar o seu retorno das merecidas férias. Também, o que ele trabalhou no último ano não foi pouco.

Até lá, vou circulando, olhando e ouvindo música.


Escrito em 30.11.1999

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