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Artigos-->A MÍDIA E A GREVE DOS SERVIDORES -- 04/07/2010 - 10:25 (Filemon Francisco Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MIDIA E A GREVE DOS SERVIDORES



Filemon F. Martins



Nunca tive simpatia pelo movimento grevista. Nem mesmo quando o atual presidente da República era líder sindical e chefiava as greves dos metalúrgicos no ABC paulista. Contudo, depois de trabalhar por mais de vinte anos no jornal FOLHA DE S. PAULO, quase cinco na Prefeitura do Município de São Paulo e quase dez no Judiciário Federal, cheguei à conclusão de que a greve é um instrumento legal e necessário nas negociações com os patrões e o governo.

É a única linguagem que os patrões e governantes entendem, já que a própria lei é desrespeitada. Os servidores públicos tinham data-base para reajuste salarial em janeiro de cada ano. Tinham (isto mesmo!) tinham, porque não têm mais. Desrespeitada pelo governo de FHC e mais ainda pelo governo Lula, os servidores ficaram sem reajuste salarial. A saída, então, foi buscar através de greve a aprovação do Plano de Cargos e Salários, PCS, que é temporário, para não ficar em branco. Dessa forma, a partir de 95 ou 96 aprovou-se o PCS -1 e posteriormente o PCS-2 e PCS-3, todos com muita luta e greve e todos com pagamentos parcelados.

Em 2003, graças ao Congresso mensalão, cujo processo continua engavetado no STF, foi aprovada a taxação dos inativos, a maior injustiça já cometida contra aposentados e pensionistas do País. De quebra, a alíquota do IRRF é de 27.5% mais a taxação de inativos que é de 11%.

A mídia, no entanto, ao falar sobre a greve, apenas lembra que milhares de processos estão parados, que pessoas que deveriam receber indenizações estão sendo prejudicadas pelos efeitos da greve. Mas, em nenhum momento informam a opinião pública sobre os motivos da greve. Não dizem, por exemplo, que o Governo Federal tem desrespeitado a Constituição Federal ao ignorar a data-base de reajuste salarial para os servidores. Também não informam que os aposentados e pensionistas continuam pagando 11% dos seus salários para os cofres da União. Não informam as despesas da União com juros e encargos de uma dívida pública, que mais parece um buraco, quanto mais se paga mais aumenta. Que em 2009, mais de 380 bilhões foram usados para pagar juros e encargos das dívidas. Mais de 1 bilhão ao dia. Portanto, só 2 dias seriam suficientes para cobrir o aumento dos aposentados. Menos de uma semana pagaria o custo anual do PCS-4. Não é nenhuma novidade que os veículos da imprensa não façam estas comparações, embora todos eles tenham acesso a esses dados.

Outra armadilha da mídia: quando o PCS é aprovado é anunciado com estardalhaço, só que o pagamento do PCS é feito em parcelas. Tempos depois, quando ocorre o pagamento da parcela, a mídia anuncia como se fosse novo aumento para os servidores, induzindo a opinião pública a pensar que os servidores estão recebendo novo aumento. Pode?

Quando da aprovação da taxação dos inativos, em 2003, talvez para compensar, o governo Lula deu um abono de R$ 59,87. Hoje, junho de 2010 continua lá R$ 59,87.

Portanto, não há outro caminho para pressionar o governo, senão a greve. Que nos desculpe a sociedade e a opinião pública, mas nestes últimos anos, só a greve tem sido a ferramenta capaz de sensibilizar o governo para resolver o problema do servidor. Foi assim com o PCS-1, 2 e 3, com muita luta e greve. Do contrário, estaria o servidor com salários congelados a mais de 15 anos.

Os trabalhadores do mundo inteiro estão defendendo seus salários e direitos e as greves se espalham por vários países, como a Grécia, França, Espanha e Itália, entre outros, justamente porque os governos querem arrochar, ainda mais, os salários dos trabalhadores, como tem feito até agora o governo Lula.

E pensar que em outros tempos, o atual Chefe de Governo dizia que o salário do trabalhador não era renda, mas ele mudou de lado, agora é renda e ponto final.



Fonte: Jornal do Judiciário

Jornal da Band



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