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Cordel-->UM SHOW DE MÚSICA e IMPROVISO -- 17/06/2003 - 11:48 (José de Sousa Dantas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UM SHOW DE MÚSICA e IMPROVISO

Versos de improviso desenvolvidos pelos repentistas
JOÃO LOURENÇO (JL) e RAIMUNDO CAETANO (RC),
João Pessoa - PB, em 14/06/2003

·O valor da cultura regional
·Sou cantador porque gosto
·A mulher quando diz não tem sempre um sim escondido
·Cachaça e mulher bonita faz o velho ficar novo
·Aquela mulher tem sido meu eterno sofrimento
·O prazer que eu tive em te amar virou ódio em saber que te amei
·Por aqui sem chover o dia é lindo, no sertão só é lindo se chover
·O governo LULA
·Quadrão perguntado - Atualidades
·Estão querendo taxar o inativo, pra deixar de cobrar de quem merece
·Toda matéria é vencida com o peso da idade
·Está muito bem guardada quem me deu roupa e comida
·Boi da Cajarana
·O relógio não era pra existir num encontro de grandes cantadores
·Coqueiro da Bahia

ATRAÇÕES
·PAULO MATRICÓ no início e final cantou várias músicas. PAULO MATRICÓ é natural de TABIRA - PE,
é poeta, compositor, cantor, tem vários CDs,
atualmente mora em Brasília - DF.
·DAUDETH BANDEIRA cantou “Nordestinação” e “Ferroada de Amor” e
·JATOBÁ declamou: “É melhor ter pra doar do que não ter e pedir”, “Muita gente pagando sem dever e muita gente devendo sem pagar” e “Ai como eu tenho saudade do meu São João do passado!”.

O valor da cultura regional
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

JL
Hoje quem ouviu de perto
nosso Paulo Matricó (*)
um CD de música clássica
e outro CD de forró,
jamais quer ouvir o disco
da Eguinha Pocotó.

RC
Eu gostei de Matricó,
dos poemas do sertão,
como é bom anoitecer,
com viola e violão
sentindo a ponta dos versos
transpassando o coração.

JL
Paulo sem usar gibão,
colocou tanto comboio,
recitou como Pedrosa,
fez estrofe e deu aboio,
o sertão tem o que presta,
só falta quem dê apoio.

RC
Separa o trigo do joio,
trabalha de fronte erguida,
com as platéias mais seletas,
com sua voz sustenida,
está muito mais acima
dos Tiriricas da vida.

JL
Paulo encontra uma saída
em cada música que brinda,
com violão bem tocado,
e a voz do matuto é linda,
faz pena um artista desse
não está na Globo ainda.

RC
Promoveu a sua vinda
à capital João Pessoa,
a platéia não é grande,
mas ouve e gargalha à toa,
que todo mundo está apto
a gostar de coisa boa.

JL
Paulo com a canção boa,
cantou sem fazer acinte
eu hoje falar de Paulo
lhe rediria o seguinte,
porque a música não vê
quem não aliena ouvinte.

RC
Sua música é sem acinte,
a sua voz é dolente,
diria que havendo esforço,
pra se mudar de repente,
fazendo uma reciclagem
na mente de muita gente.

JL
Se Paulo daqui pra frente
freqüentar mais botequim,
usar roupa mais folgada,
embora de pano ruim,
quem sabe ele usando um brinco
busque espaço no PLIN PLIN.

RC
Pois Matricó é assim,
um matuto do sertão,
mas parece quando canta
está noutra dimensão,
está voando muito além
da nossa imaginação.

JL
Vou ligar para o Faustão,
que não gosta de mentira,
dizer: leve aí pra Globo,
um matuto de TABIRA,
bote o que presta na tela,
que o povo ainda admira.

RC
Com seu jeito de caipira,
mas canta com toda raça,
um gênio que o mundo aclama,
um santo que Deus abraça,
passando por muitos cantos
que a mente humana não passa.

JL
Paulo vem achando graça,
sem a preocupação,
eu quando vi o matuto,
tocando no violão,
mesmo sendo um forrozeiro,
nem me lembrei do São João.

RC
Muita força no pulmão,
admiro esse rapaz,
as suas letras são boas,
suas notas musicais
passam desapercebidas,
porque são altas demais.

JL
Porque é que esse rapaz,
nascido no Pajeú,
não foi à Areia Branca,
Maceió e Aracaju,
não lhe levaram à Campina
e nem pra Caruaru.

RC
De Brejo a Curimataú,
entre centros e favelas,
eu gosto dos seus baiões,
e as suas canções são belas
meu coração de poeta
absorveu todas elas.

JL
Parecem várias goelas,
quem ouve Paulo cantando,
cantiga ele tem demais,
o ritmo ele tem sobrando,
Deus já lhe deu uma chance,
e muitos estão negando.

RC
As canções que vai levando,
ele tem orgulho em tê-las,
usando das nossa mentes,
botando os sons em estrelas,
suas letras são complexas,
mas eu consigo entendê-las.
...................
RC
Eu sei que Paulo é mais um,
porque a ARTE requer,
confie em Deus, siga em frente,
enquanto mais chance houver.
que quem tem perseverança
um dia alcança o que quer.

JL
Só porque Paulo não quer
ser artista fabricado,
dizer o que não conhece,
entrar na mídia forçado,
só grava particular
que é pouco divulgado.

RC
Seu canto bem inspirado,
sem ficar ao Deus dará,
mas dando brilho às estrofes,
do jeito que você dá,
o sucesso é conseqüência
e um dia também virá.

SOU CANTADOR PORQUE GOSTO
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

RC
Eu canto com atenção,
enquanto existe quem crê,
a criação das estrofes,
eu vou cantando porque,
o canto sufoca as crises,
que o olho humano não vê.

JL
Quem escuta eu e você,
no repente ao som da lira,
com a presença da platéia
que tanto nos admira,
talvez não tenha uma aula,
mas se tiver dúvida tira.

RC
Esse meu canto caipira,
tem muita gente que adora,
quem chora é porque não canta,
porque quem canta não chora,
mas enxuga o coração,
botando as mágoas pra fora.

JL
Acho que a partir de agora
o ouvinte é mais esperto,
chega pra perto da gente,
não se lembra do deserto,
ouvindo o canto de aves,
que em todo canto dá certo.

RC
Tendo uma viola perto,
eu cantando me dou bem,
que até mesmo as aves cantam
no mato não sei por quem,
botando nos seus gorjeios
belezas que a vida tem.

JL
Essa cantiga que tem
no bar, vem fazendola,
nosso verso é de improviso,
não tem em banco de escola,
quem quer ouvir falar disso,
tem que ouvir som de viola.

RC
Eu sei que o cantar consola
e nos evita entristecer,
cantando quando acordar
até se adormecer,
quem leva a vida cantando,
demora mais pra morrer.

JL
Vale a pena se dizer
que a viola é partitura,
repentista é um artista
POESIA, uma cultura,
repente não é remédio,
mas tem coisa que ele cura.

RC
Mantém firme a estrutura
e aumenta a nossa emoção,
que quem vive de poema,
de solfejo e de canção,
não é vítima de catástrofe,
de tristeza e depressão.

JL
A minha satisfação
é viver de maestria,
ter a viola comigo,
pra servir de companhia,
já que a viola é quem cuida
de tudo que o povo cria.

RC
Cantando de noite a dia,
em bairro, centro e aldeia,
onde tiver quem me escuta
meu cantar de boca cheia,
que eu reduzo as minhas dores,
quando canto a dor alheia.

JL
Cantador não se aperreia,
canta pra primos e primas,
da forma de Lourival,
de Otacílio e de Dimas,
e o direito a expressão,
a gente tem pelas rimas.

RC
Subindo o palco das rimas,
caindo e me levantando,
vou embalando as platéias,
nos versos que vou criando,
como o destino das aves,
nasci pra morrer cantando.

JL
Quem leva a vida rimando,
para o que der e vier,
impressiona o marido,
e também ganha a mulher,
advogado poeta
perde a causa se quiser.

RC
O lugar onde eu estiver,
que seja largo ou estreito,
tem que ter uma platéia,
com uma viola em meu peito,
que muito embora eu padeça,
gosto de ser desse jeito.

JL
No baião que tenho feito,
nessas cordas musicais,
do embalo do repente,
no eco que a rima traz,
outro instrumento me toca,
e a viola toca mais.

A mulher quando diz não, tem sempre um sim escondido
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

JL
Me disseram que a mulher
esconde até a idade,
que é morrendo de vontade,
mas jurando que não quer,
quando uma assim disser,
você não fique iludido,
nem pasmo nem distraído,
nesse mar de ilusão,
A mulher quando diz não,
tem sempre um sim escondido.

RC
O amor é meu laboro,
que seja o que Deus quiser,
se a mulher não me quiser,
não lhe digo desaforo,
se eu lhe falar um namoro,
se não for correspondido,
fico um tanto aborrecido,
mas não lhe largo de mão.
A mulher quando diz não,
tem sempre um sim escondido.

JL
A mulher aonde vai
é sempre preocupada,
se a cantada for bem dada,
você sabe que ela cai,
a mulher que sempre sai,
quer trair o seu marido,
deixa o homem destemido,
do jeito de um ladrão.
A mulher quando diz não,
tem sempre um sim escondido.

RC
Eu já provei frente a frente
do beijo da minha dama,
já lhe convidei pra cama,
me deu um não de repente,
se eu não fosse paciente,
já teria desistido,
mas como tenho insistido,
salvei a minha paixão.
A mulher quando diz não,
tem sempre um sim escondido.

JL
Ela demorou, espero!
trabalhei para ganhar,
quem eu resolvi amar,
assim, não me desespero,
quem disse: João lhe quero,
dessa eu serei marido,
se tivesse desistido,
estava na solidão.
A mulher quando diz não,
tem sempre um sim escondido.

RC
A mulher que eu sempre louvo,
se não faz o meu desejo,
se eu peço, ela nega um beijo
não dá no meio do povo,
insisto, peço de novo,
cochichando em seu ouvido,
que é melhor ser atrevido,
que cortar um coração.
A mulher quando diz não,
tem sempre um sim escondido.



Cachaça e mulher bonita faz o velho ficar novo
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

JL
Velho roda como disco,
senta, bebe, come e fuma,
mas quando ele encontra uma
mulher diz, eu me arrisco,
quando não tem um petisco,
vai tomar uma com ovo,
se levanta e cai de novo,
e se escora na birita.
Cachaça e mulher bonita
faz o velho ficar novo.

RC
É boa uma carraspana,
que deixa o sujeito esperto,
e o velho fica por perto,
duma menina bacana,
tomando dose de cana,
pensa que é jovem de novo,
diz: a aguardente eu louvo,
namora lambe e se agita.
Cachaça e mulher bonita
faz o velho ficar novo.

JL
O velho chega, adivinha,
tendo mulher gorda ou magra,
não precisa de VIAGRA,
basta uma sapecadinha,
ele toma uma caninha
e salta no meio do povo,
fica igual um galo novo,
dá pinote e se arrebita.
Cachaça e mulher bonita
faz o velho ficar novo.

RC
O velho fica mais quente,
elimina o seu cansaço,
com uma mulher no braço,
encarando frente a frente,
com três dedos de aguardente,
com abacaxi e ovo,
ele diz: eu me promovo,
que nem o diabo acredita.
Cachaça e mulher bonita
faz o velho ficar novo.

Aquela mulher tem sido meu eterno sofrimento
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

JL
Aquela mulher casada,
ah se ela me curvasse,
para mim telefonasse,
à tarde ou à madrugada,
tomo cerveja gelada,
adoeço com fermento,
tem noites que não agüento
lembrar que ela tem marido.
Aquela mulher tem sido
meu eterno sofrimento.

RC
Te vejo pelo paiol,
cheias de ansiedade,
nunca tive de verdade
fisgada no meu anzol,
são muitas tardes de sol,
com muitas noites de vento,
não me sai do pensamento
aquele anjo querido.
Aquela mulher tem sido
meu eterno sofrimento.

JL
Quando eu vejo ela passar,
que olho pra sua cara,
o meu coração não pára
e eu penso que vai parar,
se ela resolver manchar
o papel do casamento,
eu também não me sustento,
nem que morra arrependido.
Aquela mulher tem sido
meu eterno sofrimento.

RC
Eu lhe encontrei no passado,
que ela cruzou meu caminho,
logo ao primeiro beijinho,
eu me senti amarrado,
eu só sou seu namorado,
vivendo a cada momento,
e mesmo sem casamento,
já me sinto o seu marido.
Aquela mulher tem sido
meu eterno sofrimento.

O prazer que já tive em te amar,
virou ódio em saber que te amei.
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

RC
Vem um tema de amor bastante austero,
repensando uma grande ingratidão,
de alguém que ofendeu um coração,
e acertar nesse assunto ainda espero,
já te vi noutros braços, mas não quero,
se já fui no seu mundo, não irei,
se me lembro dos beijos que eu te dei,
a vontade que sinto é de chorar.
O prazer que já tive em te amar,
virou ódio em saber que te amei.

JL
Já te dei muita coisa que não tinha,
são problemas que o coração suporta,
da maneira que fui a tua porta,
e brevemente irás chorar na minha,
eu lutei para te fazer rainha
não quiseste me ter como teu rei,
eu não sei como foi que me lembrei,
certo mesmo é agora não lembrar.
O prazer que já tive em te amar,
virou ódio em saber que te amei.

RC
Solitário hoje em dia eu me acostumo,
bem melhor para mim ficar sozinho,
porque tu procuraste teu caminho,
tudo isso me fez achar meu rumo,
eu fumava cigarro, mas não fumo,
eu tomava uma dose, mas deixei,
eu fiquei muito mal, mas escapei,
que a distância entre nós me fez sarar.
O prazer que já tive em te amar,
virou ódio em saber que te amei.

JL
Ao saber que já fui apaixonado,
hoje penso bastante diferente,
os momentos que tive em minha frente,
parecia estar muito dominado,
eu não quero lembrar esse passado,
nesse amor envolvido que eu pequei,
quando penso na boca que eu beijei,
sinto nojo, até chego a vomitar.
O prazer que já tive em te amar,
virou ódio em saber que te amei.

RC
No meu peito reside a grande ânsia,
já não tem palavrões e desaforo,
hoje em dia não tem vaga pra o choro,
que eu fui vítima da tua ignorância,
fique certo que eu quero é a distância,
pra os teus braços jamais retornarei,
e uma chance sequer eu tentarei,
mesmo a ti me mandando perdoar.
O prazer que já tive em te amar,
virou ódio em saber que te amei.

JL
Eu queria seguir noutro caminho,
mas não sei o que foi que aconteceu,
o cuidado que tive ao corpo teu,
acabei sem amor e sem carinho,
na estrada de dor, fiquei sozinho,
eu não tinha essa conta, mas paguei,
tu estás esquecida, mas eu sei
que quem deve um dia vai pagar.
O prazer que já tive em te amar,
virou ódio em saber que te amei.

O GOVERNO LULA
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

RC
A FOME ZERO é um pão
que vem pouco, porém vem,
se não tem em todo canto,
mas tem canto que já tem,
pior que os outros comiam
e não davam nada a ninguém.
............
RC
Estou vendo o quadro exposto,
mas é de forma sutil,
o congresso é quem governa,
vê quem não foi imbecil,
quem viveu prejudicando,
ainda arrasa o Brasil.

JL
O setor estudantil
que faz greve e que apela,
buscando o que não consegue,
procura sair da trela,
não tem quem limpe uma casa,
que tem ratos dentro dela.

JL
Pra governar o País
Lula não fez caduquice,
disse que empregava o jovem,
que cuidava da velhice,
e vai ter que obrar milagre,
pra não falhar no que disse.

RC
Mas está fazendo o que disse,
só que é lento, eu lhe alerto,
criticar sem ter noção,
eu mesmo saio de perto,
que o cabra que vota contra
só torce pra não dar certo.

JL
Caetés é muito perto,
lugar que pertence a ele,
todo dia vai um primo
dizer que confia nele,
meu medo é que um primo doido
vá ficar no lugar dele.

RC
Deus acompanha aquele
que nos está dando prazer,
mesmo sendo analfabeto,
quer fazer lá no poder
o que os QIs avançados
não conseguiram fazer.

RC
Alguém vivia falando,
que LULA era só burrice,
era só agitador,
e um puxador de crendice,
mas não provou das palavras,
está engolindo o que disse.

JL
Orlando veio, me disse,
mude esse tema João,
procure sair da trilha,
não divida opinião,
aqui tem muitos petistas,
evite uma confusão.

RC
A nossa apresentação
é trabalho por cachê,
não é defender congresso,
nem política de PT,
é cantar motes pra o povo,
você, eu, eu e você.


QUADRÃO PERGUNTADO: Atualidades
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

JL
FOME ZERO que chegou?
Começa em paliativo,
não gostou por qual motivo?
Porque nunca começou;
no FOME ZERO que achou,
muita discriminação,
uns recebem, outros não,
pois sendo assim está errado.
Isso é quadrão perguntado,
isso é responder quadrão.

JL
De Bush e Saddam Hussein!
o povo já esqueceu,
Jorge Bush se perdeu,
Saddam se perdeu também,
tem arma que ninguém tem,
estou achando que não,
até debaixo do chão
Jorge Bush tem caçado.
Isso é quadrão perguntado,
isso é responder quadrão.

JL
Quarta-feira deste mês!
de raiva eu quase morria,
Luxemburgo o que dizia,
vamos ganhar dessa vez,
e o que que o Cruzeiro fez?
Fez três a um no MENGÃO,
quando a raposa diz não,
urubu fica calado.
Isso é quadrão perguntado,
isso é responder quadrão.

RC
LULA e José Alencar!
não estão se entendendo,
e o que LULA anda dizendo,
José tem que se acalmar,
um sobe, outro quer baixar,
um diz sim, outro diz não,
LULA toma a decisão,
Alencar fica amuado.
Isso é quadrão perguntado,
isso é responder quadrão.

JL
O RIO como caminha?
Com medo dos marginais,
do escândalo dos Fiscais,
o pior é SILVEIRINHA,
e o marido de ROSINHA
se deu à corrupção,
você prendia ele ou não,
não, o garoto é dispensado.
Isso é quadrão perguntado,
isso é responder quadrão.
RC
E um homem gordo é normal?
sente cansaço e fadiga,
o que sobra na barriga,
falta no material,
se vai transar sente mal,
se culpa do coração,
porque só sobe a pressão,
e o resto é tudo arreado.
Isso é quadrão perguntado,
isso é responder quadrão.

Estão querendo taxar o inativo,
pra deixar de cobrar de quem merece
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

RC
A previdência, disseram está sangrando
e é preciso fazer uma reforma,
e quem danado é que se conforma
com as notícias que o rádio está passando,
que quem ganha um pouquinho vai pagando,
e quem ganha um bolão, não aparece,
e acho até que o governo se esquece,
que quem ganha um salário, tá só vivo.
Estão querendo taxar o inativo,
pra deixar de cobrar de quem merece.

JL
Eu pergunto ao governo brasileiro,
me responda o que é que você tem,
porque é que a taxação só vem,
para o povo que tem pouco dinheiro,
porque é que não vai para o banqueiro,
que tem lucro, aproveita e se enriquece,
porque é que esse mal só aparece
para o pobre que paga, sem motivo.
Estão querendo taxar o inativo,
pra deixar de cobrar de quem merece.

RC
Todos querem tomar mais o salário
de um velho que já trabalhou tanto,
hoje em dia está derramando pranto,
que o seu sonho já virou ao contrário,
ao invés de cobrar do empresário,
o governo só faz que se esquece
mas às vítimas do INSS,
o governo só quer ser taxativo.
Estão querendo taxar o inativo,
pra deixar de cobrar de quem merece.

Toda matéria é vencida com o peso da idade
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

JL
Eu não posso coagir
pela verdade que dói,
tudo o que o berço constrói
a cova vem destruir,
a gente tem que cair,
essa á a pura verdade,
quem antes foi majestade,
está na cova apodrecida.
Toda matéria é vencida
com o peso da idade.

RC
Antes de vir a poeira,
o corpo vai definhando,
com a velhice chegando,
vai reduzindo a carreira,
a visão vai à cegueira
a força vem via metade,
perde sem agilidade,
a cabeleira tingida
Toda matéria é vencida
com o peso da idade.

Está muito bem guardada quem me deu roupa e comida
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC)
Mote de Manuelzinho (filho do saudoso repentista Clodomiro Paes)

JL
Manuelzinho nos comprova,
sem errar, sem sentir medo,
papai morreu muito cedo,
mãe ficou viúva nova,
está dentro duma cova
uma matéria estendida,
e uma viola escondida
numa estante envernizada.
Está muito bem guardada
quem me deu roupa e comida.

RC
A saudade não é pouca,
porque seu dono morreu,
mas a viola me deu
o cueiro, o berço, a touca,
o pão que eu boto na boca,
a minha calça comprida,
tudo que eu tiver na vida,
ela me deu afinada.
Está muito bem guardada
quem me deu roupa e comida.

Por aqui sem chover o dia é lindo,
no sertão só é lindo se chover
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

RC
No sertão no verão é um inferno,
que no campo é muito diferente,
ninguém ouve um sussurro de enchente,
muita gente clamando ao Pai Eterno,
mas com chuva, o sertão fica moderno,
vê-se o gado pastando, o rio encher,
o campônio plantando pra nascer,
que é feliz quando a planta vem surgindo.
Por aqui sem chover é lindo,
no sertão só é lindo se chover.

RC
A mudança que há não admito,
e é preciso dizer nesse instante,
litoral sem chover é deslumbrante,
e o sertão quando chove é mais bonito,
o relâmpago cortando o infinito,
mas Deus tem a agulha pra coser,
o trovão quando pega a estremecer,
só parece que o céu está caindo.
Por aqui sem chover é lindo,
no sertão só é lindo se chover.

BOI DA CAJARANA
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

JL
Quero modificação
pra quem vive de viola,
que não precisa de escola,
pra cada apresentação,
que tenha divulgação,
igual a música baiana,
ou mesmo a pernambucana,
ou então de outro estado.
Eu quero o boi amarrado
no pé da cajarana,
me amarre o boi
no pé da cajarana.

RC
Eu quero um baião tocado
e o verso do cantador,
pra controlar minha dor,
quando estou apaixonado,
romance de Jorge Amado,
dali da terra baiana,
e pintura machadiana
dos artistas do passado.
Eu quero o boi amarrado
no pé da cajarana,
me amarre o boi
no pé da cajarana.

JL
Na hora da precisão
para o que der e vier
preciso de uma mulher
pra matar minha paixão
pra tirar da solidão
essa criatura humana
eu aceito até mundana
só não durmo é com barbado
Eu quero o boi amarrado
no pé da cajarana,
me amarre o boi
no pé da cajarana.

O relógio não era pra existir num encontro de grandes cantadores
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

RC
É tão ruim quando tem um violeiro,
que a cantiga é tão boa e mal começa,
e o relógio começa andar depressa,
e é o tempo fazendo o exagero,
não devia o relógio ser ligeiro,
e os ponteiros ser muito corredores,
fica muito pior pra os ouvidores,
que se apressam na hora de sair.
O relógio não era pra existir
num encontro de grandes cantadores.

RC
A viola tocando a gente adora,
quero ouvir o poeta violeiro,
pra cantar minha vida o tempo inteiro,
que eu vou me embalar nessa sonora,
vou tirar meu relógio, jogar fora,
quero ouvir meus poetas sonhadores,
descrevendo o sertão, cantando as flores,
vendo a tarde assistindo o sol cair.,
O relógio não era pra existir
num encontro de grandes cantadores.

JL
Quem diz isso é quem pensa muito bem,
que o relógio do tempo está marcando,
e nessa hora que a gente está cantando,
o relógio não espera por ninguém,
e reconheço que esse tema tem
um sentido pra os admiradores,
resolvi atender todos senhores,
que vieram aqui pra me ouvir.
O relógio não era pra existir
num encontro de grandes cantadores.

COQUEIRO DA BAHIA
João Lourenço (JL) e Raimundo Caetano (RC), em 14/06/2003

JL
A cantiga se termina
eu vou levando a saudade,
de quem mora na cidade
e do povo que vem de fora,
se tudo tem sua hora,
chegou a da cantoria.
Coqueiro da Bahia,
quero ver meu bem agora,
quer ir mais eu vamos,
quer ir mais eu vambora,
quer ir mais eu vamos,
quer ir mais eu vambora.

RC
Eu agradeço à platéia,
que ouviu nosso gogó,
que viu PAULO MATRICÓ,
que toda pessoa adora,
valoriza e colabora,
e quem finda é quem inicia.
Coqueiro da Bahia,
quero ver meu bem agora,
quer ir mais eu vamos,
quer ir mais eu vambora,
quer ir mais eu vamos,
quer ir mais eu vambora.

JL
Está chegando afinal
a cantiga sua e minha,
que amanhã Alagoinha
nos nossos versos se escora,
acho que por essa hora
nossa cantiga inicia.
Coqueiro da Bahia,
quero ver meu bem agora,
quer ir mais eu vamos,
quer ir mais eu vambora,
quer ir mais eu vamos,
quer ir mais eu vambora.

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