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Artigos-->POVO BRASILEIRO? NÃO EXIST E! -- 23/06/2010 - 07:44 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POVO BRASILEIRO? NÃO EXISTE



Francisco Miguel de Moura – Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras



Há algum tempo, quando fui a um banco e lá me ocupava com o pagamento de umas faturas, pus o meu cartão de CPF ao lado do cash (caixa eletrônico).. Terminadas as operações, olhei para onde tinha posto o documento e vi o canto mais limpo. Alguém tinha passado a mão. Dias depois, o mesmo se repete, só que agora o objeto era uma revista de músicas. Muitos casos semelhantes já me contaram, outros até presenciei. Foi o desaparecimento de uma revista de história, documento raro, conduzido pelo acadêmico e historiador Fonseca Neto. Ele fora à Academia, dia de eleição de novo acadêmico, por isto ficara absorvido na apuração dos votos. Quando vai sair, cadê a revista? Simplesmente desapareceu. Celulares, canetas, bolsas, objetos pessoais até de mínimo valor desaparecem como por encanto, de reuniões, na rua, nos bancos, nas repartições públicas.

Lendo o jornal “O Dia”, de 29/5/2010, dou com a vista em mais este “triste episódio da vida real”, matéria assinado por Flávio Ricco: –“O médico Malcolm Montgomery, casado com a atriz Carla Regina e conhecido pela sua participação em vários programas, há menos de 3 semanas pegou um táxi em Congonhas, entre os ‘credenciados’ que servem ao aeroporto. Sem querer, deixou cair a carteira no carro, com dinheiro, cartões, todos os documentos, além do celular. Embora exista a filmagem e ele apareça embarcando, nunca teve os seus pertences de volta. Não foi possível identificar a placa do veículo. Na semana passada, o mesmo Malcolm esteve na Bahia participando de homenagem ao médico Elsimar Coutinho, que completou 80 anos. Chamado a ocupar um lugar na mesa principal, e como não ficaria bem carregar no ombro a sua bolsa de viagem, deixou-a sob os cuidados de um conhecido. Bastou um segundo de distração, e também ficou sem ela. Isto dentro da Câmara Municipal de Salvador. Restou procurar uma Delegacia e fazer um boletim de ocorrências, o que também não conseguiu porque a Polícia Civil estava em greve.”.

Juntando uma coisa com outra, lembro que outrora os políticos diziam “nosso povo é muito bom...”, encaraptidados em seus palanques eleitorais. Com relação a isto, calaram o bico. Que diria, hoje, D. Pedro II, o mesmo monarca que cunhou a frase “Grande povo, grande povo!?” Creio que estaria profundamente arrependido. Mas o povo também não confia nos políticos e vota por dinheiro, cargo ou posição, ou ainda por qualquer migalha, sem pensar na melhoria do país onde vivem. Está claro que o Brasil transformou-se, e o povo brasileiro também. Será que ainda podemos dizer como João Ubaldo Ribeiro, escritor baiano, “Viva o povo brasileiro!”– nome de um dos seus romances que fez sucesso?

“Nosso povo” diz, à boca grande, que os políticos, as elites são terríveis: – corruptas e corruptoras, mentem, furtam, roubam o erário público, perpetram crimes, matam e mandam matar, não valem nada.

Com a globalização da informação, através da tevê, da internete, da mídia em geral, houve uma flexibilidade geral: crédito, moeda, sexo, política, propriedade privada, e assim o Brasil chegou a um arremedo de socialismo, um socialismo às avessas, em que a classe dirigente tem o Estado como seu, de verdade, a classe média paga os impostos e sofre, e a pobreza recebe bolsas de todo tipo, uma gracinha pra não trabalhar nem produzir. Liberada a ética e a moral de qualquer espécie, “o povo” (no sentido geral) perdeu a vergonha. Tudo é válido desde que se tire alguma vantagem de alguém: a lei de Gerson.

Conclui-se, então, que não existe um “povo brasileiro”. O que se vê, observa e sente é um amontoado de gente que não possui um “tico” de vergonha na cara (nem em qualquer parte). Ninguém cumpre horário nem contrato, ninguém respeita a língua, ninguém ama a pátria. Isto é, na maioria há uma falta quase absoluta de valores (salvo festas, brincadeiras, anedotas, misticismos às vezes absurdos). Vale dizer, somos gente “sem princípios”, o que na linguagem dos antigos significava: – sem educação. Uns verdadeiros “descaracterizados”. Mário de Andrade já sabia disto, desde o começo do século XX, conforme está no seu grande e celebrado romance “Macunaíma” – o herói sem nenhum caráter – NÓS.

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