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Artigos-->POESIA: POSTO DE OBSERVAÇÃO -- 11/06/2010 - 23:13 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POESIA: POSTO DE OBSERVAÇÃO



Francisco Miguel de Moura*



Teresinka Pereira, Presidente da IWA – International Writers and Artists Association, Estados Unidos, porque escreve cartas ao mundo, não dirige a mensagem pessoalmente a um escritor, mas a todos, sem invocação. A carta, o artigo, o poema são as formas de divulgação do que sabe e do que pensa – e ela sabe muito, tem viajado e conversado muito, lido muito, escrito muito, sem falar na experiência de mestra da literatura e de matérias conexas. Ótima poetisa, sensível pensadora, cria imagens às vezes inusitadas e fortes, fazendo com que seu estilo apareça e se conduza como arama transformadora da humanidade. Muitas vezes impaciente, não extrapola do seu posto de observadora e poeta: o homem, a humanização, a liberdade, a justiça, a fraternidade, a paz e a saúde do planeta são matérias de primeiro plano na sua lira. Isto tudo é amor, inclusive o amor sensual, familiar de mulher a homem, de mãe a filho, de amiga a amigo, de namorada a namorado, pois não – que o amor abrange tudo, o amor transcende.

Sua energia e seu trabalho não têm preço.

Mas preciso comentar seu último artigo-epistolar, chamo-o assim porque tem a paciência de distribuí-lo aos sócios da IWA e a muitos amigos que vai fazendo por onde anda e por onde andam suas cartas. “A observação que fazemos dos mais velhos não nos dá direito de fazer declarações nem de interpretar sua vida através de nossos medos. Nós precisamos deles, de sua experiência, de sua coragem de viver, de seu amor e seu incentivo para que possamos crescer. Aprendemos a arrancar deles tudo isso que necessitamos e quando eles já não produzem esses milagres, nos sentimos perdidos, desnorteados e atraiçoados.”

Que palavra mais sábia! Daí, então, ela passa a transcrever o poema que fez sobre “O mal de Alzheimer”, ante o sofrimento de um velho de suas relações, mas aqui estendido “aos que padecem e que não podem ler estes versos”:

“Não escrevo sobre mim mesma / ainda... / mas sobre alguém / que já desconhece / a realidade / e vive encerrado em si mesmo / sem se inteirar /que estamos de fora / esperando como corvos. / Dentro da sombra / de seus dias / repete-se a história / porque dele se esqueceu / a morte”.

“Perante a impaciência dos mais jovens, ela observa que ‘não podemos abrir mão de escolher nossas prioridades, inclusive a do que fazer o nosso preclaro tempo”.

Eu completaria: com o nosso precário tempo de viver e amar.

É claro que não vou transcrever todo o artigo, embora mais interessante que o meu, E não o faço porque pretendo apresentá-la no posto de observadora, lógica e lírica, se a junção é possível. Dizem os românticos que não, mas nós, da plusmodernidade, achamos que sim. Pode e deve. E é em poesia que pretendo deixar minha mestra Teresinka expondo, comprovando as poucas linhas que escrevi sobre seu estilo, modo de ser pessoal, trabalho e sonhos. Agora, trato de um poema que me quis oferecer e, no entanto, por razões outras, me contestou, contracenando, e assim tirou o título dos meus versos: “como destravar o poema / olho poema, poemolho?” os quais coloca como dístico. Quanta satisfação me deu! Meu poema, já o esqueci. O dela foi publicado na coluna “Diversos Caminhos”, do amigo jornalista e poeta Zanoto, no “Correio do Sul”, de Varginha – MG, em 20-08-2009, donde o transcrevemos:



OLHO O POEMA

como destravar o poema

olho poema, poemolho?

f. m. moura



Olho o que temo

iluminando o meu desatino:

um poema transformado

na mão que oferece

no rosto que aparece

no jovem que se foi...



O poema já me pesa

nos olhos, nas mãos,

no peito, nos ombros,

e principalmente na boca.

O poema ficou desafiando

o meu presente o meu futuro.



Juro que este poema

foi um erro de cálculo,

um erro de tempo, de eco,

uma exibição de rima

um diminuto querer

que já se acabou.



Neste poema, a mestra exerce a metapoesia, a poesia sobre poesia, aquilo que os mestres costumam fazer quando se cansam do quotidiano. E o fizeram com grande maestria Drummond e Pessoa, além de outros.

Do seu posto de observação, concluo, Teresinka não apenas observa. Trabalha e produz. Ela é incansável. Formidável. Merece todos os prêmios, inclusive o Nobel de Literatura. E eu lembro disto quando trabalha com unhas e dentes, para levar à láurea maior, um dos membros da IWA. Quem sabe, um dia, alcançará o sonho, coroando as lutas e batalhas pela humanização da liberdade e da democracia global.



___________________

*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador, é membro da IWA (International Writers and Artists Association), com sede em Toledo, OH, Estados Unidos).

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