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Contos-->O Monastério(continuação) -- 19/09/2002 - 15:37 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O restaurador olhou demoradamente para o pergaminho, um dos últimos encontrados nos escombros do Mosteiro onde ocorreram os episódios das aranhas coloridas. Havia muito estrago, mas os seus olhos de experiente pesquisador conseguiram decifrar muitas das frases que continham um relato dos fatos acontecidos logo após a enfermidade do Abade Zaro. Contam que Monsenhor Tonho fez manobras para conseguir ser o administrador do Convento.
Imatur e Irmã Burgos trabalharam muito em prol daquela pretensão e, por causa disto, tiveram suas estátuas, em tamanho natural, erguidas nos jardins internos da abadia.
As duas aranhas, aquelas que sempre caminhavam juntas, ficaram meio escondidas, recolhidas às suas teias envelhecidas e já incapazes de apanhar insetos desavisados.
O curioso da história é que Monsenhor apegou-se tanto ao posto de administrador que, mesmo quando tinha que se ausentar do monastério, jamais comunicava o fato, deixando o convento à deriva, isto é, sem administração. O texto informa que nem mesmo as orações tradicionais e os cânticos de hora certa podiam ser realizados durante as breves ausências de Monsenhor Tonho.
Ao que parece, antes de finalizar sua administração, Monsehor andava pelos quatro cantos do convento, abrindo os braços e abraçando coisas invisíveis, assim como se pretendesse mostrar a todos que o vissem que tudo aquilo era propriedade sua.
Murmurava palavras em latim, inintelegíveis, citando passagens de velhos textos, gesticulando tresloucadamente e invocando os amigos Imatur e Irmã Burgos para cerimônias desconhecidas naquela lugar que o tradutor, não sabemos se com exatidão, referiu-se à magia negra.
Mandava o míope redator Fontenino escrever laudas e laudas retocando a história dos acontecimentos do mosteiro, ante tímidos protestos dos outros religiosos.
O texto, desgastado pelo tempo e pelas intempéries, parou bruscamente, dando conta de que alguns pretendentes ao noviciado que foram barrados pela ira de Monsenhor protestaram violentamente, queixando-se ao Papa, mas não se sabe o resultado do movimento.
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