Vagas com as velas recolhidas
Vago por todos os vazios existentes.
Minha viagem é longa... é silenciosa...
Os portos, todos eles, são me indiferentes:
- meros pontos de devaneio.
Eu passeio.
Eu passeio a passos lentos,
aí está a graça na razão de viver,
mas meu barco sem as velas, e os ventos,
não pode, sequer, se mexer.
Resolvo, então , atracar...
Espero o sol pratear as ondas
que se quebram na barra da praia.
Nesta calmaria, em manchas redondas,
minha alma desmaia.
A demora foi curta... a viagem é longa,
e não pude, durante todo esse tempo,
escolher, da escala, um porto
onde pudesse deixar ao relento
os restos de meu corpo.
Pezente.
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