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Cartas-->Aos da Usina que estão na faixa dos 40 -- 09/09/2002 - 21:30 (Felipe Cerquize) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Interessante. Ao mesmo tempo em que sei que sou praticamente um desconhecido neste site, fico com a nítida impressão de que já conheço alguns de vocês. Não só pelo discurso, mas talvez porque muitos somos de uma mesma geração, que teve a maravilhosa oportunidade de compartilhar movimentos às vezes rebeldes, às vezes tão somente originais, mas que sem dúvida deixaram marcas na nossa formação.

Creio que a maioria da minha geração, motivada pelos festivais da canção que eram intensamente promovidos nos anos de chumbo, acabou tendo seus dez minutos de palco. Participei de vários festivais, mas suburbano que era (sou), acabei não me aventurando em grandes promoções televisivas, acho que mais por falta de quem me orientasse.

Todos nós que curtimos movimentos como Clube da Esquina, os cantores bahianos etc, se não temos a verve poética manifestada através de escritos, com certeza a temos encubada no nosso subconsciente, esperando o momento certo de escapulir para o mundo exterior.

Aprendi muito mal a contestar, mas o pouco que aprendi, devo à geração da qual participei (não tão ativamente quanto gostaria). Afinal, existem outras barreiras, como a própria personalidade de cada um.

Já que o papo é liberdade (no caso, de expressão), vou deixar uma poesia por aqui para ver se estimulamos mais ainda o nosso direito de falar para quem quiser ouvir.

Abraços,

Felipe

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

QUAE SERA TAMEM

Abre as asas sobre nós
Ainda que seja tarde
Desamarra estes meus nós

Permite-me dobrar a esquina
Sem ver mais uma chacina
Deixa-me alimentar o sonho
De que tanto me envergonho

Desce as asas sobre nós
Acolhe-nos e protege-nos
Mesmo que estejamos sós

Incentiva-me a repartir
Dá-me a dor de consciência
Dá-me a tua sapiência
Faz-me enxergar o que é óbvio

Tu que enfrentaste a História
Que partiste na ascenção
Não nos permitas a morte
Sem saborear tua glória

Fecha as asas sobre nós
Não deixes que a fúria fira
Não mandes a desesperança
Rufla o máximo que possas

Sorri para mim ao acordar
Faz chover no semi-árido
Controla os aluviões
Dá fartura aos embriões

Elimina o sensacionalismo
Dá chance a todo artista
Defenestra o mercenário
Que quer o nosso salário

Solta a pluma sobre nós
Para que enxerguemos cores
E sintamos teus olores
Avoluma a tua voz

Ajuda-nos a ver o rosto
Dos que pregam o oposto
Dos que usam o teu nome
Mas que distribuem a fome

Que desabe sobre nós
Cada ruga de tua personalidade
Cada marca de teu sofrimento
Para que tenhamos tua consciência

Tudo pode mudar facilmente
A fragilidade é a tônica da vida
Todas as conquista nada significam
Novos rumos podem debilitar os inatingíveis

Fecha as asas e protege-nos
Não nos deixes aqui sozinhos
Reverbera o teu exemplo
Para os vendilhões do templo

Não te acanhes com a ameça
Constante que te fazemos
Põe ao largo tua asa
Distribui tuas penas

Derrama teu sangue quente
Sobre cada um de nós
Cicatriza tua ferida
No calor das nossas vidas

Ignora todas as chantagens propostas
Desce batendo as asas com a força exata
Nem tão forte que nos tire o norte
Nem tão lento que nos tire o vento

Felipe Cerquize

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