Eterna ausência
maria da graça almeida
A morte cala a vida,
cerra a fala,
leva à vala.
É a entrada
sem saída.
A vida louva a lida,
leva sovas,
cava a cova.
É o começo
da partida.
A morte embala
a ausência
trava-língua
sem berço,
sem braço,
sem tato,
halitose
que, nas narinas
entranhada,
embaça a visão,
lanha o olfato.
A linguagem da morte
é incompreensível
e para sempre
inconquistável,
intraduzível,
imaterial...
Ponto final!
|