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Cronicas-->Espirradeira. -- 12/07/2002 - 21:24 (Douglas Lara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Espirradeira.
Como sempre, lá estava eu, agitado, andando com pressa, pensando em tudo que ainda tinha para fazer, naquele final de tarde. Contas a pagar, chamadas telefónicas a responder e tantas outras atividades ainda pendentes. Fui pego de surpresa, quando senti, algo batendo em meu ombro. Olhei para cima e a reconheci: uma espirradeira. Não se trata de ninguém resfriado, não! Era sim, uma árvore de médio porte que abrigava lindas flores. Olhei ao meu redor. Vi várias árvores daquelas, carregadas de flores. Haviam brancas, vermelhas e cor de rosa.

Eu estava em uma rua próxima de onde moro e onde se pode ver algumas dessas árvores na calçada. Quando estão floridas são lindas! Vale a pena ficar olhando para elas, quase que indefinidamente. Me permiti esquecer um pouco da vida e fiquei ali, a admirá-las.

Meu amigo João Alves, jardineiro formado e sabido, se aproximou. Tentei arrancar dele, o nome científico delas, mas qual o quê! Ele também desconhecia.

As tais árvores, me fizeram relembrar, de algo que aconteceu, há vários anos atrás - na verdade, décadas. Tomei conhecimento de uma senhora que tinha duas filhas solteironas, que não conseguiam casar de jeito algum! Bons tempos aqueles, quando casamento ainda era importante. Mulher do interior que não se casava logo depois de terminar o curso normal (curso para formar professora, para os mais jovens que desconhecem), diziam tinha ficado para titia e isso era uma vergonha para a família. Havia também uma lenda ( ou seria verdade ? ), que mulher solteira que tem uma espirradeira em casa, não encontra marido de forma alguma.

Ao tomar conhecimento deste pressagio, a mãe que já estava desesperada, com as duas filhas com mais de 30 anos e ainda solteiras, não teve dúvidas! Mandou cortar as duas árvores que enfeitavam o jardim, na frente de sua casa. Não se sabe, se a lenda é ou não verdadeira, mas uma das moças casou-se antes de completar 40 anos e a outra logo depois, com um viúvo. A história é verdadeira e as personagens também. Imagine se fosse nos dias de hoje. Cortar árvores, ainda mais por esse motivo, o celeuma que isso não daria.

Me lembro, então, que ainda tenho muitas coisas para resolver. Volto a minha velha correria, deixo as árvores para trás, junto com essa história que parece coisa de séculos atrás, quando na realidade aconteceu não faz sequer 40 anos.

Douglas Lara
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