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Cordel-->NETMANÍACO -- 23/04/2000 - 01:59 (Rodrigo Teles Calado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No mundo não muito antigo,
A praça era do povo.
Hoje, dizem que é moderno,
Mal trincou a casca do ovo,
E a tal globalização
É admirável mundo novo.
Como máquina do tempo,
Uma espaçosa praça,
É famosa Netrópolis
Com notícias, muita graça,
E bate-papo acompanhado
De vodca, uísque ou cachaça.

A praça tem boa música
E gente, muita conversa:
Uns falam de mansinho,
Outros têm muita pressa.
Há quem a faça avenida
Que, rapidamente, atravessa.

O famoso cientista Einstein,
Estão mesmo ultrapassando.
Ele bolou a relatividade
Pelas ciências andando,
Mas seu pensamento profundo
Não reflete o novo mundo:
Pessoas em casa, flanando.

Via comunicação,
Os veículos do presente
Receberam outro parente:
Um meio de locomoção,
Rede de computação,
Um transporte sem roda,
Praça que virou moda,
Sem piloto e co-piloto,
Que ainda é garoto,
Mas que muito incomoda.

A maconha e a cocaína
Ganham outra substância:
A droga é o virtual
Da tela sem relevância
E o abismo que era longe
Está em casa, sem distância.

Na Internet há quem dance,
Mestre-sala de escola,
Conectado a noite inteira,
Acordado sem cheirar cola,
Não percebe a dor no corpo,
Tecla, tecla, se rebola.

De cadeira quebrada,
Abre as portas do mundo;
Não pense que demora,
Leva só um segundo.
Flana o executivo,
Viaja o vagabundo.

A armadilha da Bitesfera
É um boneco de pano:
As teclas são os alfinetes
Atingindo o corpo humano.
O doce feitiço do amor
Exala do computador:
Don Juan é um leviano.

O amor quando é forte
Deixa qualquer um do avesso
E olha que não há gesso
Nem tipóia que o suporte:
Romeu e Julieta levou à morte.
Na rede Internet ter cuidado,
Ficar alerta como soldado,
Não garante toda traição
Porque o cupido em ação
Lança a flecha do pecado.

Um correio eletrônico atinge
O peito com velocidade.
O amor não tem fronteiras,
Sexo, cor e nem idade.
Quem recebe muita atenção
Beija o dragão da maldade.

Acontece que do anonimato
Aproveitou-se um maníaco
Que a uma garota prometeu
O mundo paradisíaco.
Ela foi ao seu encontro
Com perfume afrodisíaco.

No parque a caminhar,
Comeram amendoim e pipoca.
Beijos em público trocaram;
Foram motivos de fofoca.
Ao amanhecer, acharam o corpo
Com mais de uma minhoca.

Ela não foi a primeira
Que o maníaco cevou.
Na rede, continuou agindo
E muitas ao parque levou.
A polícia procurava,
Mais ainda ele viajava,
Até que um erro gravou.

Redigiu uma mensagem,
Copiou em um disquete
E, de presente, deu a Lindete.
Sem dúvida, foi a bobagem
Que acabou com sua viagem
Porque a moça, desconfiada,
Fingiu-se de apaixonada
E, tendo um pouco de malícia,
Entregou o maníaco à polícia
Sem que desconfiasse de nada.

O julgamento foi na Internet,
Visto pelo mundo inteiro,
E os netvegantes diziam
Que ele era um estrangeiro
Como se fosse alienígena,
Não terráqueo e bandoleiro.

Ele foi o primeiro exilado
Para o espaço infernal
Porque na era tecnológica
Um novo código penal
Mandava presos perigosos
Para o além meridional.

Isolado em uma cápsula,
Nada mais pôde revelar,
E até mesmo a Internet
Deixou de ser seu lar.
Em Marte, parte do céu,
Sua alma iria velar.

Planejando uma fuga,
O maníaco não desistiu:
Uma chuva de asteróides
Na pele, porém, sentiu,
E seu corpo carbonizado
Na Terra foi encontrado,
Triste volta de quem partiu.

Os bits bytes batem palmas?
Perguntam os netnautas.
Como garotos peraltas,
Respondem: irmãos das almas
As correntes estão calmas.
Mas, nova emboscada
Atinge a todos com facada:
O maníaco não está morto,
É vírus incômodo e maroto
Armando uma cilada.

As mulheres na Netrópolis
Não precisam ser seduzidas:
São impressoras estupradas,
Que do Maníaco são queridas,
E que ele deixa loucas
Como se tivessem vidas.

O vírus mexe nos comandos,
Saltam folhas sem parar,
Ou, de repente, as cores
Começam a alterar,
E o trabalho perfeito
Não demora a borrar.

Os espíritas já comentam
Que é alma penada.
Os netexplorer acreditam
Em um hacker de emboscada
E a polícia não perdoa,
Faz uma busca roteada.

O Maníaco tem agido,
Todo Sábado, na madrugada.
Um internauta mais esperto
Interrompeu a sua armada,
Mas em nova investida
Outra impressora é invadida
E a batalha é travada.

O hacker do vírus criança
Nunca foi encontrado;
Dizem que é apaixonado
Em sistema de segurança.
Senha e código é sua dança
E com ele não há esquema.
Ele rebenta todo sistema,
Não quer ir para Marte,
Do Maníaco fez sua arte
E eu dele fiz meu tema.
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