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Artigos-->OEIRAS, TERESINA, PARNAÍBA -- 03/05/2010 - 22:52 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OEIRAS, TERESINA, PARNAÍBA



Francisco Miguel de Moura*



Qual o destino do Piauí? Qual o destino de suas três cidades mais históricas? Acho simpática a idéia da criação do estado do Gurguéia, mas não com esse nome. Por que não Piauí do Sul? Vergonha do nome que sempre tiveram os povos de lá, onde fica o rio Piauí, acidente geográfico que deu o nome a nosso estado?

Oeiras foi a primeira capital do Piauí e, à época da sua fundação (1717), uma das mais modernas cidades do Brasil. Todas as grandes cabeças da província e as melhores famílias vindas de Portugal moravam lá. Tem tradição, tem artistas, músicos como Possidônio Queiroz, romancistas como O.G. Rego de Carvalho e Expedito Rego, tem historiadores como Dagoberto Carvalho. Não, Oeiras ficar pertencendo ao Gurguéia, pra mim, é um absurdo. Se ao menos fosse para ser a capital do novo estado! Onde fica o brio dos oeirenses? Não, isto não me entra. Nem pela inteligência nem pelo sentimento. Uma reavaliação dos limites do novo estado deve ser feita já e já.

Teresina, fundada em 1852, é uma saga de D. Pedro II como integrador e civilizador do Império – arrojado projeto de construção de uma cidade nova para ser capital do Piauí, em lugar aberto ao desenvolvimento da navegação e dos transportes. Saraiva, Conselheiro do Império e amigo da Rainha, escolheu o local: Nem Amarante nem Parnaíba; fixou-se no sítio próximo ao hoje bairro Poty Velho, construindo a Vila Nova do Poty, imediatamente rebatizada de Teresina, bela e faceira, à margem direita do Parnaíba. Do outro lado ficava Timon (à época, com outro nome), onde, segundo as más línguas, morava amásia do fundador. Bem traçada, bem cuidada para a época, cresceu como cidade imperial, embora hoje tenha pouco do seu passado, destruído pela sanha do capital e da modernidade. Teresina tem poucos célebres escritores: Abdias Neves, político, poeta e o primeiro romancista da cidade; Lucídio Freitas, poeta, fundador da Academia Piauiense de Letras, hoje conhecida como “Casa de Lucídio Freitas”; e Mário Faustino, Torquato Neto, H. Dobal, três grandes poetas. Em Teresina, fervilham os novos poetas e prosadores, nem todos aqui nascidos. Teresina, qual é o seu destino?

De Parnaíba, nem sei se falo de forma a agradar seu povo, sensível e cônscio da sua importância, tendo sido, em determinada época da nossa história, a real capital do Piauí, em virtude de sua indústria, seu comércio, seu desenvolvimento. Somente cidades com grande tradição têm um escritor do estofo de Assis Brasil, mas há muitos outros no passado e no presente. Como não posso citar todos, vale lembrar Alcenor Candeira – o verdadeiro poeta da cidade, o melhor e o mais moderno. Culta e civilizada, quis ser a capital, mas o Saraiva não deixou. Será que pensa em ser capital do novo Piauí, quando o Gurguéia conseguir sua independência? Parnaíba tem o mar – por extensão chamamos todas as nossas praias de Parnaíba (desde Luís Correia ao limite com o Ceará). Parnaíba tem Pedra do Sal, Lagoa do Portinho e o Delta. Falta o porto. Aeroporto Internacional é brincadeira do PT. Vale mais o porto. Fique em qualquer parte do litoral piauiense, terá sempre a direção de Parnaíba. A cidade precisa da linha férrea (desativada, por quê?), para sair do seu isolamento. Precisa de ousadia, coragem dos seus administradores e políticos, como os seus antepassados fizeram ao lançar o primeiro grito da Independência (19-10-1822). Aí os parnaibanos poderão traçar novos destinos.

Porém, sendo capital do Piauí ou não, a Parnaíba será sempre grande e querida dos piauienses, como Teresina e Oeiras o são – ambas a seu modo.

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*Francisco Miguel de Moura, poeta e romancista, membro da Academia Piauiense de Letras, da União Brasileira de Escritores e da Associação Internacional de Escritores e Artistas, esta com sede em Toledo, Ohio, Estados Unidos.





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