Engraçado que andamos sob o mesmo teto, respiramos o mesmo ar,Nos aquecemos sob o mesmo sol e temos o mesmo sangue.
Apenas vestimos diferentes roupas... E se trabalhamos não regamos o mesmo jardim.Mas construímos alguma coisa.
Não usamos as mesmas jóias, tão pouco recebemos pelo mesmo suor.
Se ando pelo becos,
Se bebo pelo bares,
Se calço o asfalto e na mesa não tenho o que comer,é porque você tem demais.
Se você...
Tem seu carro, é conhecido,vive a noite
E anda pelas mares, é porque alguém se esqueçeu dos normais.
Quando eu morro ninguém liga,
Quando é você, em cinzas, todos dizem nos jornais.
Na vida e na morte nossos filhos tem o mesmo grito, mas quem herda jóias caras, quem vive nos jardins nacionais, quem recebe por andores, quem não pisará no chão, quem ficará conhecido, são as crias,com tutores.
O meu ser conformado outra vez, prosta-se-á diante do desconhecido e dira meu Deus, dai-me forças pra vencer ao menos o comprometido!
Pois o anexo vencido de toda essa dor,a miséria que fica, atrofia a vontade de viver.
Na verdade quem tem mais se julga com direito de ser,
Quem não tem é julgado até pra nascer.
Então no sim do não, quem tem ou fica esperando pela razão, acaba morrendo louco, com pecado e sem perdão.
E desiludido, começa a acreditar que somos iguais só na ilusão.
Contudo, a vida a fora, nos repete dioturnamente, que há diferença na visão, mas enquanto a cabeça pensa, enquanto o coração sente, aprende-se que somos, na verdade, irmãos.
Aí é que vem o absurdo da incompreensão,que compreende o amor,
Mas que pactua, a morte, matando inúmeros, sem compaixão.
Amar ou morrer,eis a questão. |