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Cordel-->Preconceito -- 02/06/2003 - 23:07 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Puro Preconceito
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Sou invisível, sou transparente
Sou deste mundo, alguém falou
Quando nasci: ele é moreno
Sangue vermelho, de mim jorrou
Cabelo preto e bem molhado
Língua vermelha, corpo suado
Chorava muito, aqui estou

Cheguei no colo, abençoado
De uma parteira, toda de branco
Só vi seus olhos, bem generosos
Mãos calejadas, sorriso franco
Na sua pele, a alma pura
Seu rosto lindo, bela figura
Senhora negra, andava manco



Parteira idosa e sorridente
Mãos generosas, mãos confiantes
Dedos seguros, unhas em rosa
Mãos que seguram, mãos atuantes
Ponte de apoio e de partida
Une o milagre ao bem da vida
Cheio de amores, perseverantes

Depois cresci, fui vendo as cores
As cores do mundo, do céu de anil
A cor singela, a cor da pureza
A cor do país, do nosso Brasil
A cor dessa gente tão altaneira
Tremula ao vento, a nossa bandeira
A mais bonita, entre dez mil

O verde e o amarelo, o azul e o branco
O vermelho do sangue, da cor do carmim
Correm nos campos e em minhas veias
O branco da rosa e a cor do jasmim
Crescem no verde, o verde iminente
Na cor do sol, o sol transparente
Brilham as estrelas em cima de mim

Os anos dourados e de tantas cores
Cores da vida e da juventude
Cores que brilham em todos os tons
São pingos de chuva, no chão amiúde
São cores bem fortes, são cores marcantes
Enchentes de verdes de tons bem picantes
Provocam emoções e muita atitude

E o jovem assim, varando estações
Jardim ficou murcho, é chegado o verão
Agora de resto o preto e o branco
Nos sonhos sonhados com toda a razão
Seus sonhos são tristes e sem colorido
O tema é o passado que já foi vivido
São sonhos pisados com os pés no chão

E descobre surpreso o seu colorido
O homem já feito de todas as cores
Bebeu leite claro em seios tão negros
A segunda mãe de tons protetores
Sou eu somos nós, todos os brasileiros
Mestiços de cores, de tons estrangeiros
A raça mais pura de tantos amores

O sangue que corre em nossas veias
São genes e cores do mundo inteiro
Da África, da Europa e Oceania
Povo amarelo e índio brasileiro
Somos a amostragem mais transparente
Resumo e síntese de toda essa gente
Tatuado na pele, o tom pioneiro

Nós que somos de todas as cores
Apenas uma delas ainda insiste
Em macular todo o colorido
O preconceito, que teima e persiste
Separa e intriga pessoas e cores
Supõe e aponta eventuais diferenças
Quebrando a harmonia com desavenças
Enxergando a cor onde ela inexiste

Cordel recuperado e republicado
em 02 de junho de 2003









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