Tanto sol brilha lá fora
Em azul se veste o Céu
Até se escondem as nuvens
Com inveja do meu Troféu!
Julinha chegou faceira
Fazendo a família inteira
Pra ela "tirar chapéu"
Pára tudo... E pára agora!
Julinha quer atenção
Princesinha que se preza
Pode berrar sem razão!
Até a Bia ficou besta
Ela de quinta pra sexta
Toda a noite fez serão:
Saiu de seu canto morno
Latiu pra lua no afã
De saber da novidade
Que teria de manhã!
Parece que adivinhava
Que Julinha se aprontava
Corria que nem "tan-tan"!
Hoje, sexta, às dez em ponto
Veio a notícia gostosa
Nascia nossa Princesa
Deixando a família prosa
Oh! Que dia imaculado!
Trinta de maio Sagrado...
De Maria... A Gloriosa!
Há "outra Júlia" no Céu
A dar pulos de alegria
Por saber da bisnetinha
Chegada em "Mês de Maria"...
Deve estar rezando o terço
Ao lado daquele berço
Pois era a sua mania...
E nós três aqui na Terra
Cândida, Eu e Conceição,
Temos Mamãe enjaulada
Na cela do coração
Que pulsa dentro do peito
A palpitar (não tem jeito)
Em tom de "samba-canção"!
E eu lá sou "besta", de não cantar a Julinha em cordel!
Já imaginou a "cobrança" quando crescer?