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Poesias-->Horas -- 25/11/2002 - 20:50 (Antonio Carlos Garcia Pezente) |
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Horas
Sou da noite uma sombra passageira,
fugidia por entre as ruas sombrias...
Sou da noite uma alma pecadora
que teme o nascer de novos dias.
Vou por atalhos. Sinto medo se a claridade
num lapso venha descobrir-me o rosto.
Eu não sei... passei por encruzilhadas
e em todas senti o mesmo desgosto:
Para que continuar a jornada
se, nem ao menos um pouso certo tenho?
Para que teimar em contrariar
a sina, que em minha ilusão contenho?
Não sinto o calor que se perde por entre os corpos.
Os corpos são todos... são único...
Eu não sou... vou!
Sou da noite uma sombra passageira,
mísera partícula de areia
desintegrada da humanidade...
perdida na obscuridade...
Pezente.
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