Clic"ali ==>>>> A tese da Perversidade
Falam com simplicidade,
sejam efeitos perversos
ou os da futilidade,
usando os termos tersos
como parte do apelo,
mostrando que as reformas
fracassam, como um selo
velho, já fora das normas:
ou não ocorre mudança,
ou sucede o oposto,
é guerra à esperança
de quem tem suor no rosto.
Mas, surpreendentemente,
além dessas duas teses,
há uma outra corrente
que salienta reveses.
Afim ao senso comum
e mais moderada vem,
sem opositor nenhum,
pois substância contém.
A terceira forma diz
que a mudança proposta,
embora muito feliz,
faz peso que ninguém gosta,
acarreta muitos custos,
ou terríveis consequências,
contém detalhes injustos,
gerando mil repetências.
Argumentar desse modo
é bem diversificado.
Certas falas aqui podo,
pra não ficar enjoado.
Políticos argumentos
para fazer mais amigos,
influenciar intentos,
sem lhes dar muitos abrigos:
dois deles têm destaque,
são "princípios" bem famosos,
que enfeitam como fraque
e cartola, mas danosos.
Um se chama de "gerador
de expectativas", tendo
conceito que faz horror
a qualquer um que tá lendo.
Diz que teme a justiça
feita agora, no mês,
pois ela é que viça
pena da próxima vez.
Direitos serão gerados
e crescerão no futuro,
e poderão ser "melados",
gerando grande apuro.
"Precedente perigoso"
é o princípio segundo,
que norteia o medroso
em sua visão de mundo.
Afirma que não se deve
empreender no agora
ação bem correta, leve,
com medo de, noutra hora,
não ter peito pra errar
noutro caso parecido,
que possa diferençar
em essência ao remido.
Um gambá o outro cheira.
Sente igual acrimônia
quem já viu nesta esteira
mesmo grau de cerimônia.
Não afirmam que há erro
na proposta já lançada,
mas já põem grande emperro,
de forma bem declarada.
Alegam que a medida
gera a grande cascata
de perigos, sem saída
do mal que se desbarata.
É só "um aperitivo",
um primeiro passo dado,
um "iceberg" ativo,
por debaixo arrochado.
Clic"ali==>>>A tese da ameaça II
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