Todos Somos Filhos de Deus
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Todo mundo deveria
ter direito, pela manhã,
à uma mesa bem sortida:
um pouco de mel com maçã,
vitamina de abacate
ou leite com chocolate;
ingresso pro Maracanã.
Assistir o seu futebol
de lá da arquibancada.
Ver o time favorito.
ganhando de goleada.
Gritando de alegria.
Sem a barriga vazia.
Tomando chá com torrada.
Ou mesmo em outra cidade,
do norte ou do nordeste;
na terra da tapioca,
comida de cabra da peste.
Comer coalhada com mel,
buchada e sarapatel,
da região do agreste.
Aplaudir o Ronaldinho,
ser também um campeão.
Ter tido um bom emprego,
melhorar de situação.
Os filhos em bons colégios.
Gozar desses privilégios,
servindo sempre à nação
Poder criar a família.
Viver sem preocupação.
Num lugar bom pra morar,
comprado ou de locação.
Em rua com segurança,
andar com sua criança,
segura na palma da mão.
Num bairro aconchegante,
com comércio e hospital,
gente sentada na praça,
namorando e coisa e tal.
Todas as contas em dia,
pela aposentadoria,
que recebeu integral.
Na varanda, a sua rede,
pra viver se balançando
o descanso merecido.
Ver a filha se formando.
O menor encaminhado,
já deixou de ser soldado,
continua estudando.
Já tem sua namorada
e com ela planejando
seu futuro assegurado.
Estudando e trabalhando,
seu país é altaneiro,
respeita o brasileiro.
Nele está confiando.
Acreditando em Deus,
domingo vai à Igreja.
Depois na volta pra casa
E o feriado festeja .
Com Deus e o presidente,
cuidando de nossa gente,
é tudo que se deseja.
Não precisa nem complicar.
Basta ser só competente.
Honesto e trabalhador,
tem que ser o presidente.
Pensar no povo, primeiro
não custa muito dinheiro
e faz muito bem a gente.
As coisas belas da vida
não se vendem no mercado.
Não se alugam, nem se trocam
por dinheiro emprestado.
Praticando a fraternidade,
amando-se de verdade,
a coisa rende um bocado
Trocando os juros por juras
de amor por este Brasil,
os riscos desaparecem,
o amor multiplica por mil.
Bolsas mudam os valores
E acabam os dissabores
desse povo varonil
Domingos Oliveira Medeiros
27 de maio de 2003
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