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Contos-->AS DELÌCIAS DO AMOR -- 12/09/2002 - 10:45 (Felipe de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O prazer incomensuràvel das delìcias deste jogo diabòlico de ofertar e receber, amar livremente em plena consciência e igualdade, sentir até as ùltimas consequências aonde eu me impregno de realidade. Uma realidade doce, terna, adulta, porém, um pouco cruel para mim que nâo sei ainda me abandonar completamente as tuas carìcias.

Essa chance de escapar da navalha da realidade que, absurdamente, nunca consegui fugir totalmente. Como gostaria de incarnar, nem que fosse por uma noite somente, umas dessas mulheres : simples, cotidianas, vulgares mesmo, e quem sabe, tocar a fina folia do abandono das sensaçôes que, talvez, pela minha intelectualidade, eu nâo consigo jamais alcançar.

Somente agora estou tomando consciência da minha verdadeira existência. Antigamente eu pensava que vivia, mas na realidade, apenas consumia coisas, hoje nâo, hoje sinto na pele essa realidade que me cerca. Eu pressinto que o meu tempo nâo pode ser desperdiçado, cada coisa tem uma finalidade, cada gesto incube uma paixâo precisa.

È maravilhoso e ao mesmo tempo cruel. È como se estivesse assistindo a minha renascença. Aquela antiga mulher começa a desaparecer, em seu lugar uma nova criatura surge de lugar nenhum, sou uma serpente que deixa no meio do caminho sua velha indumentària e parte com uma pele toda nova, melhor, melhor ainda, sinto-me realmente uma nova mulher : alguém que sabe a possibilidade das coisas, que tem confiança no amor, que segue seu rumo sem preocupaçâo e pesadelos.

Talvez eu deseje o impossìvel, se assim for eu peço perdâo, mas gostaria de guardar tua confiança dentro desta nudez que eu descubro dia apòs dia. Eu te confio como prêmio desta relaçâo ùnica que nòs construìmos sòs a sòs : ìntimos muito além do limite do que nòs conhecemos da vida. Espero como diz o poeta dà-te a cada dia uma sensaçâo de confiança na vida : " Et il me sera loisible de posséder la vérité dans une âme et un corps."

O amor a alta dose possui sobre mim um efeito de droga forte : respiraçâo curta, coraçâo disparado, olhos embaçados, naùseas vagas. A àgua mais lìmpida e fresca nâo me faz algum bem. Eu estou a beira de morrer a cada passo que se distancia de mim. Eu fico insaciàvel.

O amor a altas doses : uma droga dura dentro de mim, meu coraçâo explode. Ele insiste, persiste, penetra no mais profundo de mim. Expropia-me da minha razâo, sequestra-me a este tempo que nos desafia e que nos eclipsa. Dessas repetiçôes surge essa outra mulher que lhe entrega corpo e alma, que deseja partir e recomeçar ao infinito.

Eu queria morrer e nascer uma outra mulher : alguém muito mais apaixonada pela vida e pelas coisas do amor. Eu sempre pensei que fazer amor contigo era penetrar numa doce realidade. Como fui feliz ! Gosto do teu sexo dentro de mim, preenchendo-me por inteira, dando a impressâo que estou saturada do teu amor.

Mesmo se evitei gozar por inteira, nâo posso negar, eu me entreguei... Tenho medo de ficar inteiramente a tua disposiçâo, apaixonada, sem defesas, parece besteira, eu sei, mas algum dia iràs partir e eu ficarei com a tua ausência presa no meu corpo. Nâo posso impedir estes sentimentos. Nâo quero mais sofrer dessas constantes partidas. Nâo resistiria a mais uma perda desta importância e todos os dias eu repito para mim, no meu mais profundo secreto ser, que nâo te amo. Pode-se amar o ar que respiramos ou a àgua que mata a nossa sede ?

Dentro do mundo dos amores impossìveis, você me abriu um universo de possibilidades de riqueza, vigor, doçura e de uma felicidade extrema. Eu agradeço o céu e a terra da sorte de te amar assim fortemente e assim “belamente” em toda consciência, mas sem (muito!) de inconsciência à vista destes que amamos em outros tempos e lugares.

Se o sentido da palavra oraçâo é esta que creio, nossa cumplicidade espiritual e corporal, deve ser desta ordem e que nòs celebramos cotidianamente um Deus que nâo é outro que a vida. Como diz o poeta : eu serei sempre terna com você.

Muitos homens penetraram na minha vida, assim, entravam e saiam, repentinamente, como se eu fosse uma estaçâo de metrô. Alguns até mesmo demoraram um pouco, o espaço de uma breve chuva de verâo, mas você nâo, você ficarà para sempre dentro de mim, e no meu ùltimo suspiro, irei me lembrar dos beijos e das tuas palavras penetrando dentro do meu corpo.

Depois que confessaste - eu também- que me amavas, eu te vejo mais transparente, aeriano, muito mais belo interiormente. Ainda esta semana, enquanto falavas, eu vì a tua felicidade e a minha, juntas, unidas, como dois seres independentes e inseparavéis. Eu que desejava somente alguns resìduos, migalhas, a poeira do ouro do teu amor, de repente, encontro-me com um tesouro nos meus braços. Metade atônita, nâo acredito muito nos milagres, mas, a cada minuto vou constatando que sou a mulher mais rica do mundo.

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