SONETO DE INUTILIDADE
Entender porquê ainda te procuro,
carece de memória, espaço, conteúdo.
É uma foto esmaecida, claro-escuro,
como querer falar, mas estar mudo.
Ou se me explico melhor: medo
somente, de parar de omitir comigo,
considerações sobre esse enredo
que feliz ou infelizmente ainda sigo.
Ah velha razão que me dou conta,
chegando sempre atrasada na estação,
muito depois de o trem haver partido!
E cruelmente saber-lhe alguma afronta,
um sentimento maior feito impressão
de que amor um dia tenha sido.
WALTER DA SILVA
20.11.2002 Dia de ZUMBI
inserido em “OS RITOS DA AURORA” ®
Porto Alegre - UFRS.
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