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Contos-->A Essência e o Efêmero -- 09/09/2002 - 16:32 (Rose Maura Fleixer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mauro andava entediado com aquela vida comum,mas, bastante satisfatória, diante o que havia planejado como futuro, mas faltava um brilho que achava ter se perdido pelo caminho entre a juventude e idade adulta.
Durante a juventude, Mauro adorava aventuras, amigos, segredos, mas sabia que para tanto, haveria de se dedicar bastante em construir uma estabilidade emocional e financeira que lhe proporcionasse aquela vida tão almejada.
Trabalhou duro e bastante e, aos poucos, foi conquistando suas metas, mas, para tanto, teve que pagar alguns preços. Tinha que trabalhar e se esforçar para ser bom em tudo que fazia, e não lhe sobrava tempo para o mais, logo, percebeu que ou você tem uma coisa, ou outra. Ou seja, você nunca consegue alcançar tudo que quer e quando, talvez, isto venha a acontecer, você, ainda assim, não se sentirá completo.
Em uma viagem de negócios encontrou uma moça que parecia ainda estar naquela fase a qual Mauro nunca quis deixar. Era meio inconseqüente, parecia querer viver a vida em todas as suas facetas e Mauro achou ter encontrado uma solução para suas ânsias.
Ao juntar-se a ela, como amigo, saiam, viajavam, sem se preocupar com os compromissos. Mauro era totalmente inesperado. Chegava ao serviço dela e a convidava para tomar um banho de rio, e ela, imediatamente topava. Aquilo enriquecia a vida de Mauro. Por um lado, ele continuava seu trabalho à busca de um conforto e reconhecimento e, quando dava na telha, ele tinha Déia, com quem sabia que poderia contar para fugir e viver um mundo paralelo, que tanto lhe fazia feliz. Após cada encontro, Mauro voltava para casa renovado.
Déia sempre dizia-se amiga e companheira e que se dela precisasse, Mauro sempre poderia contar.
Mas o tempo foi passando, e Mauro começou a perceber a instabilidade de Déia. Ao aceitar Mauro como amigo, talvez o tivesse feito porque para ela, Mauro era diferente dos demais, tudo era novidade, mas Déia era jovem, e como tal, ainda não sabia o que queria para sua vida. Na verdade não sabia nem o que não queria e começou a se entendiar de Mauro. Nem mesmo quando este precisava conversar para desabafar, Déia mostrava-se impaciente, demonstrando sua total insatisfação ao lado do amigo.
Mauro foi ficando decepcionado, deprimido, porque a cada dia que passava, tudo aquilo que ele achava que Déia carregava, nada mais era do que um saco enorme e vazio de tolices e covardia de alguém com personalidade fraca e dominável. Ele, antes, via nela a liberdade em pessoa, depois, aos poucos, foi percebendo que ela apenas fingia perssonagens quando lhe convinha. Na vedade, quando dizia-se arredia aos padrões sociais, era o que ela queria ser, mas não tinha coragem suficiente.
De certa feita, Déia deixou-se envolver por alguém que era o oposto dela (uma pessoa comum, sem riquesas interiores e dissimulada), pelo simples fato da pessoa simular fraqueza e fazê-la sentir-se responsável por tal. Déia, que tanto dizia odiar compromissos, assumiu erradamente àquele. Todos comentavam o quanto Déia tornara-se tola e dominada.
Mauro ainda andava pelas suas redondezas e sempre buscava resgatar aquela Déia livre, inconseqüênte, só que Déia já não correspondia.
Mauro olhava em seus olhos e enxergava uma fraqueza na sua amiga que o assustava. Como poderia ter mudado tanto ?, ou, quem sabe, nunca fora o que ele idealizou.
Teve uma conversa definitiva com Déia e perguntou-lhe sobre o que havia acontecido com suas amizades. Déia apenas respondeu que cançou-se de Mauro, que sentia-se pressionada por este e que tudo tem seu tempo e que o tempo daquela amizade já havia se esgotado.
Mauro pensou em quanto era imatura sua amiga, pois uma amizade jamais tem fim, foi quando se deu conta que nunca a teve de fato. E ao refletir sobre algumas ações passadas, lembrara-se que, de fato, Déia não sabia ser amiga. Era egoísta demais para tanto.
Mauro sofreu muito daquele dia em diante, porque Déia era sua última esperança de manter acesa a luz de sua vida verdadeira, e daquele dia em diante, teria que reprimir-se e ser o que todos esperavam que sempre fosse, tanto pelo cargo que ocupava, quanto pelo nome que carregava: mais um, naquela sociedade de burocratas e hipócritas.
Passado algum tempo, Mauro já não era mais o mesmo. Parecia com aqueles robôs meio automatizados e previsíveis. Rompeu de vez com aquelas esperanças tolas de viver em plenitude as suas vontades e desejos e que as pessoas não estão preparadas para isso, porque sentem-se forçadas a continuar padrões, que não se sabe lá quem os estabeleceu, mas que dizem ser os "ideais".
É uma pena!, o mundo perdeu mais uma pessoa original fabricada em escassês, porque os poucos "Mauros" que existem, nunca conseguem se integrar com as falsas "Déias" que aparecem.
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