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Artigos-->Saudades da revolução -- 19/03/2010 - 22:38 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Athos Ronaldo Miralha da Cunha

twitter.com@athosronaldo



Aprendemos a admirar Cuba porque uma gurizada no final da década de 50 resolveu derrubar um ditador e acabar com as mazelas de um povo. Uma turma que ousou enfrentar a tirania. E todos aqueles que desejavam um mundo melhor torciam pelo novo regime liderado por Fidel, Che, Sinfuegos e tantos outros.

Tomávamos cuba libre para comemorar os vitoriosos de Sierra Maestra. Enquanto Cuba se tornava um país voltado para às causas sociais, pelo mundo afora surgiram algumas ditaduras sanguinárias. Na America Latina, Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai houve regimes de exceção que torturavam e assassinavam dissidentes. Muitos heróis guerrilheiros do Brasil deram a própria vida em nome da liberdade. Temos diversos exemplos, mas Carlos Lamarca foi grande porque “ousar, vencer” era seu lema.

Eu faço parte da geração imediatamente posterior à geração que pegou em armas, organizou guerrilha, foi presa, torturada e se não está em alguma cova clandestina, sofreu com o cárcere – como preso de consciência – e foi banida do país.

A minha turma fez a revolução nas mesas do antigo bar “Em Cena”, que ficava na esquina da avenida presidente Vargas com a rua Floriano Peixoto. E só não conseguimos porque o bar fechou.

Um amigo falou que não conseguia falar mal de Cuba. Eu também não consigo. Fidel tem cara de vovô e Raul de um simpático tio. Mas a notícia de presos de consciência na querida Ilha de Fidel, nos constrange. E diante da morte de um dissidente, nosso silêncio não pode ser transformado em uma luta armada às avessas. Lula fez greve de fome para denunciar os porões da ditadura. Quantas greves de fome fez o senador Paulo Paim pela causa dos aposentados?

Guillermo Fariñas, outro dissidente político filho de revolucionários – seu pai lutou com Che no Congo –, está em greve de fome pela liberdade de 26 presos de consciência. Guillermo Fariñas sintetizou a atual conjuntura cubana na seguinte frase: há momentos na história dos países em que precisa haver mártires...

O que pensam os revolucionários de hoje? No Brasil é mais chique ser ex- revolucionário e trabalhar num gabinete refrigerado. E, em alguns casos, com uma gorda conta no banco.

O que é ser revolucionário numa Cuba que tem mais de uma centena de presos políticos? Cuba precisa avançar na revolução. E isso compreende uma palavrinha que nunca deve sair de moda, democracia.

Cuba tem vários avanços sociais, mas precisa se renovar politicamente e nós que somos “amigos” de Fidel não devemos contribuir com nosso silêncio. O silêncio é uma afronta a todos os revolucionários que doaram a vida em nome da liberdade. Nosso silêncio é a omissão necessária para manter os presos de consciência em Cuba.

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