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Poesias-->A criança que há em mim -- 20/11/2002 - 20:59 (Francisco Libânio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A criança que há em mim



A criança que há em mim me acorda

Falando da noite e das estrelas que viu,

Conta dos sonhos meus que assistiu

Me dá um beijinho na testa de bom dia

E diz que será o melhor dia da minha vida



A criança que há em mim toma café de boca aberta

Embora eu diga que isso é falta de educação.

É que ela tem tanta coisa para me contar

Que não quer perder nesta vida um segundo

E fala de quando eu e ela tínhamos a mesma idade,

De quando a gente brincava de bola no quintal,

Conta as histórias dos mil gibis que já lemos

E sempre dá boas risadas das minhas piadas



A criança que há em mim quando vê outra criança

Dá saltos de alegria que até me envergonham

Mas quando me envergonho ela me sorri docemente

E a vergonha que eu sentia some na hora! Desaparece!

E minha criança vai com as outras crianças a brincar

E brinca com elas e escuta quando elas brigam

E tenta com estas brigas sempre acabar

Minha criança não sabe ficar de mal de outra

Porque quando fica em cinco minutos o mal acaba

E lá está ela de novo no meio das crianças a gritar



A criança que há em mim quando vê a mulher que amo

Dá um sorriso enorme e, antes de mim, ela pede colo,

Um beijinho e um cafuné. Ela quer ser mimada!

E quando ela está com sono pede para ouvir história

E quando dorme ela vê na mulher que amo a metade

Outra que ela precisa para vir ao mundo aprender a viver



A criança que há em mim não é outra além de mim

Criança que o tempo, esse tio chato, obrigou a crescer,

A ser sério, a ser desconfiado e não acreditar em nada!

Que tirou os meus brinquedos favoritos e me deu papéis.

Que me proibiu de comer doces e obrigou a comer pior!

Que trocou minhas figurinhas de bafo por notas de dinheiro!

Mas se o tempo, esse senhor macambúzio e rabugento,

Me privou das coisas boas e divertidas de fazer

Não matou a criança que há em mim, que está escondidinha!

E só aparece quando vê outra criança chamando ela

Apenas com um olhar.



Francisco Libânio

20/11/02

8:00 PM



Essa poesia é dedicada a todas as crianças que vejo na rua, que não sabem quem eu sou, nem eu quem elas são.; às crianças que conheço e sobretudo aos meus "alunos" da quinta série em que estagiei durante um mês, tempo em que percebi que apesar de todos os obstáculos impostos pela vida, a minha criança ainda não morreu.
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