Horas que são...
A brisa oscila no silêncio da calmaria, quando a tarde deita, sob a revoada.
Alguns momentos depois, no extrito segundo das sombras, quando tudo parece não mais existir, lá no horizonte loginquo, o pássaro confunde-se com o azul matiz.
A noite que vem pelas folhas das árvores, rabiscando-se, entre os primórdios do luar e a inquietude do mar,sente-se pertubada, quando num razante, solitário, descendo o desfiladeiro, sob o ar frio que agasalha a flor no cúme da cantareira, aquela ave estridente, rompe os ritos do segredo, que os confidentes anônimos, contritos, tentam anunciar a sua redenção.
Fecham-se as portas, mas o pouso é tranquilo. A liberdade adormecida, merecidamente dá o seu grito, lembrando que não há esperanças perdidas.E a paz emanada, como uma fada, viceja calada, entre as vidas que regozijam-se dos seus erros, em obras inacabadas.
No meio de tantos verbos, diz, enfim o fim do dia, que por amor, sob as nuanças do tempo, se legaliza a realidade da fantasia.
E mais uma noite se fez, para que o amanhã possa nos garantir a existência da eternidade. |