Caçada ao Assassino.
Cap. 6
" O Homem e o chápeu ".
Roberta estava atrasada para chegar a casa de
sua mãe, ela a havia deixado com sua irmãzinha, a pequena Rita, pois estava trabalhando de novo e sobrara para ela bancar a babá da menina na sua triste vida mais uma vez.
Na altura dos seus dezoito anos, tudo o que ela
mais precisava e queria era chegar o mais rápido
possível perto do seu telefone para falar com seu
namorado, a preucupação corriqueira a qualquer
adolescente, se é que se pode chamar uma mulher
de dezoito anos de adolescente, talvez o façamos para minimizar as responsabilidades que antes as
pessoas nessa idade assumiam e hoje já não o
fazem.
O ar condicionado na estação parecia estar
desligado, sabe quando fica como se o ar tivesse
parado, isso já a incomodou e os passinhos lentos
da sua irmã de 4 anos também a irritavam.
- Rita, vê se anda !
- To cansada, quero colo.
- Menina, se você tem duas pernas então é
para usar, vê se anda.
E com isso, puxou com mais força ainda a mão
da garotinha.
Eram 5:00 horas da tarde, frio em São Paulo,
e ela alí, de babâ, quem lhe dera ter podido
ir passear com suas amigas no Shopping Paulista,
ao invés de ter que levar sua irmã ao médico.
Ela observou o trêm se aproximando, vindo
lentamente, a mão de Rita, por estar sendo
apertada com força, suava.
Quando as portas se abriram, ela entrou,
junto puxando Rita atrás de si, e sentiu quando
ela se virou e disse.
- Olha os balão !
E dizendo isso, pulou de volta para a estação
no exato momento que as portas se fecharam.
Roberta sentiu a pequenina mão escorregando
entre seus dedos antes de lhe escaparem por
definitivo, ela bateu na porta e gritou mas o
movimento do trêm já começara.
O homem com o rosto pintado de palhaço se
aproximou da menina e disse.
- Ei, chapeuzinho, você quer um balão ?
- Eu quero.
- Então me dê a mão.
A menina estendeu as duas mãos e disse :
- Quero colo.
O assassino sorriu para ela, dizendo.
- Você vai ter todos os balões que quiser.
O paninho vermelho que Rita usava em torno do pescoço caiu e ficou alí no último lugar onde ela foi vista com vida.
Seu corpo foi encontrado no meio caminho entre
a estação Paraíso e a Paulista. Um passageiro
começou a gritar que havia visto uma menina
de dentro do trêm exatamente ás 5:17 parada no
caminho lateral que existe entre as estações.
Nesse momento Roberta já havia iniciado a busca pela sua irmã, mas fora tarde demais.
Dezessete minutos, foi tudo o que foi preciso, ela foi encontrada de pé empalada por uma faca de caçador, daquelas serrilhadas, a faca entrou no
cimento, mantendo-a de pé e foi graças a isto que
ela foi vista.
Meu nome é Caio Pereira Filho, sou policial,
nunca achei que fosse chorar numa cena de crime,
mas as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto quando a vi...
Caçada ao Assassino.
Cap. 6
Lorcar.
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