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Teses_Monologos-->A Magia Real -- 14/05/2002 - 09:33 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Magia Real
(por Domingos Oliveira Medeiros)


Era uma vez uma caixinha. Relativamente pequena. Como, aliás, deveriam ser todas as caixinhas. Mas esta caixinha não é tão pequena assim!.... Dentro dela cabe, com certeza, qualquer pessoa de boa estatura.; na verdade, esta caixinha só é considerada pequena quando a comparamos, por exemplo, com o Oceano Atlântico. Excluídas essas comparações, podemos dizer, conclusivamente, que se trata de uma caixinha... digamos, normal.

Mas o interessante foi o que vi dentro desta caixinha. Olhei, bem de perto, para ter certeza. Não acreditei!. Estaria sonhando? Várias pessoas ali estavam. Quer dizer, por inferência. Por suposição. Pois, na verdade, as pessoas não tinham rosto; e nem possuíam, como nós, os seres humanos, corpo físico. Eram como se fossem almas. Mas não eram almas. Dava para sentir a presença dessas pessoas. E alma não se apresenta. Aparece.

Pude constatar que havia, entre elas, intenso processo de comunicação. Uma espécie de telepatia. Observei, também, que quando falavam entre si, e embora eu ali não estivesse de corpo presente, podia entender tudo o que diziam; e até, vez por outra, podia inferir os seus sentimentos.

Às vezes, quando algumas delas "falavam" diretamente comigo, em resposta às minhas indagações, tinha a certeza de que compreenderam minhas indagações. Estaria ficando louco ?

Outra surpresa!... Só pelo que falavam, posto que não havia imagens - elas não tinham rosto e nem corpo, conforme dissemos, - a gente podia adivinhar, e até mesmo saber, a idade de cada uma delas. Não de forma precisa, no alvo, como dizem; mas, tão-somente pela maneira de falar, de se expressar e de raciocinar. Ou, até mesmo pelo assunto abordado e pela linguagem com a qual expressavam suas idéias e seus pensamentos. Enfim, poderíamos chegar bem próximo da certidão de nascimento de cada pessoa.

Desse modo, era possível, tranqüilamente, estabelecer faixas etárias para enquadrar todas elas: entre 15 e 18 anos; na faixa de 20 a 35; mais de 35, e menos de 50; mais de 70, e assim por diante; Parando por aqui, senão, daqui a pouco, estaremos falando, literalmente, de almas. O que não é o caso.

Do idêntico modo, era possível descobrir o sexo. Sendo que esta informação, a bem da verdade, demandava um pouco mais de trabalho, vale dizer, de dificuldades, pois exigia doses maiores de observação, paciência e astúcia. Principalmente, tendo em vista a questão da opção sexual, tão em voga nestes tempos, ou seja - com outras palavras - saber qual caminho procurar nas horas de aperto: se o do banheiro dos homens, se o das mulheres ou, em último caso, se a vontade teria passado, isto é, se haviam dúvidas sobre qual banheiro utilizar.?

E continuei a observá-los. E notei muitas semelhanças entre essas “pessoas” e nós de carne e osso, em relação às suas atitudes e seus comportamentos. Modos de agir, de sentir, de pensar, todos muito parecidos com os nossos.

Entre eles havia os que falavam de amor e de ódio. E os que se diziam apaixonados e bem humorados. Também existiam os que se confessavam carentes, pessimistas, descrentes e que só falavam de sofrimentos; e os que soltavam palavrões. Estes, felizmente, uma minoria. Minoria também para os que deixavam transparecer uma certa arrogância, alguma falsidade e até inveja.

Eles formavam grupos ou tribos bem definidos. Com suas qualidades e seus defeitos. Alguns mais, outros menos tolerantes. Trocavam elogios. Discutiam. Brigavam. Mas o ponto comum entre todos era o magnetismo, o senso de amizade, que por uma mágica qualquer preservava a união de todos.

Fiquei pensando cá com meus botões: incrível que ainda possam dizer, por estas bandas, que a tecnologia é fria; que afasta os seres humanos; que não permite o tato, isto é, o tão propagado calor humano. A bem da verdade, esta alegação não passa de mito. A tecnologia só é maléfica e desnecessária quando não observa os padrões mínimos de civilidade; quando não dá prioridade às questões de ordem ética e moral; a liberdade com responsabilidade. Liberdade, aqui entendida, na sua única e verdadeira forma: a liberdade para o bem; posto que para o mal não existe liberdade.

A falta de calor humano, na verdade, pode (e tem sido) substituída, com vantagens, na era das máquinas. Faz-se bom uso da tecnologia valendo-se da percepção e da sensibilidade. Através do coração. Ou quando utilizamos a caixinha de surpresas, por exemplo, que é a tela do nosso computador, e da qual estamos falando todo este tempo. Entramos, desse modo, no mundo fantástico dos sites, como este a que ora utilizamos. Desse modo, ingressamos em outra dimensão; no mundo dos seres “ invisíveis” ou “virtuais”, como queiram. Na verdade, uma projeção eletrônica de nós mesmos. Mundo do qual fazemos parte. Mundo, afinal, que nos surpreende, pela magia e pela sua grande semelhança com o nosso. O chamado mundo real. Mas nesse mundo “irreal”, até certo ponto, a magia continua.

Continuamos com as mesmas responsabilidades para tornar nosso mundo cada vez melhor. Vai depender de nós. Dentro dos limites do livre arbítrio, que nos foi legado pelo Grande Construtor. Com muita fé, com muito amor e praticando, sempre, a tolerância e a fraternidade. Haveremos de conseguir, um dia, a liberdade e a paz entre todos os povos e nações.

Domingos Oliveira Medeiros
14 de maio de 2oo2

















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