Abel Neves Vence a 3ª Edição do Prêmio Luiz de Camões
Abel Neves venceu a 3ª edição do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva com a peça de sua autoria “ Jardim Suspenso”.
O principal objetivo deste concurso é incentivar a produção de textos dramáticos em todos os seus gêneros, prestigiar dramaturgos da Língua Portuguesa, já consagrados ou não, e reforçar parcerias de desenvolvimento e cooperação cultural entre Portugal e Brasil.
A 2ª Edição prestigiou o brasileiro Fábio Luís Mendes com a peça “ The Cachorro Manco Show. Agora foi a vez de Abel Neves, um filho de Montalegre, nascido e criado na Vila de Montalegre, mais precisamente nas casas do Cerrado, perto da Casa dos Teixeiras, de seus avós maternos.
Filho do Sr. Neves e da Georgina Teixeira, irmã de todos os Teixeiras. Uma família numerosa que sempre esteve presente na vida política e social da Vila. Todos com elevado coeficiente de inteligência, que foi passando para seus descendentes, que agora, com mais possibilidades de acesso a bens culturais vêm-se destacando no cenário nacional.
Deles vamos citar aqui mais dois: Jorge Teixeira Grosso, cirurgião em Lisboa e Professor de Medicina, e Luiz, filho único de Abel Teixeira, que depois de licenciado em engenharia com nota altíssima foi contratado pela NASA, onde se integrou a equipes que desenvolvem projetos em Naves Espaciais. Raramente vem a Portugal e sempre acompanhado por segurança.
Agora é a vez de Abel Neves se destacar no cenário das Artes como Dramaturgo.
Segundo o autor trata-se de uma história para teatro semelhante a outras criadas por ele para o mesmo fim.
Inteligência a serviço da Arte, foi a sua opção. Dramaturgo, poeta, romancista, uma vasta obra que já ultrapassou as fronteiras de Portugal.
No Brasil era mais conhecido pelo público que freqüenta teatros, agora após o prêmio Luis de Camões começa se afirmar como autor consagrado, suas obras estão expostas nas principais livrarias. No Mundo, algumas de suas obras já foram traduzidas e encenadas, outras estão em fase de tradução, principalmente após o concurso do qual saiu vencedor.
Como é o Abel? Muitos sequer o conhecem, sequer se lembram dele. Eu tinha pouco mais de dez anos quando ele nasceu, como a mãe dele e o pai dele eram os padrinhos do meu irmão Vitor, sempre ouvi falar do Abel, estando ou não em Portugal
O Abel como pessoa é o mais simples que se possa imaginar: não tem carta de motorista, não tem celular, não se preocupou em angariar bens de espécie alguma. Tem de si apenas o palheiro em Pitões das Júnias, que é o seu refugio, onde grande parte das suas obras foram criadas ou planejadas.
Achar este “palácio” é fácil de achar, em Pitões todos sabem onde é a casa do Doutor, é assim que o chamam.
Comprou-o quando era uma corte de ovelhas, só mudou o colmo, queria por lá as telhas da casa dos avós, dos Teixeiras, aproveitou que estava em reforma e levou então as telhas da casa dos avós para cobrir o telhado do palheiro.
Por dentro continua como era, chão de terra, sem luz, sem água, sem conforto. Mas é assim que o Abel quer que seja. A paisagem sim, essa é de uma riqueza sem preço, um lugar realmente inspirador, onde se respira a paz dos poetas.
Montalegre tem em Abel Neves uma expressão cultural forte,capaz de promover exposições, conferências e muitas outras manifestações culturais, que proporcionariam riqueza cultural para a região. As entidades ligadas à cultura em Montalegre não podem deixar passar esta oportunidade a mais para alargar as fronteiras da nossa terra e da nossa gente. Não podem esquecer de que onde estiver uma obra de Abel Neves sendo lida ou exibida, estará junto a terra natal do autor.
Lita Moniz
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