Usina de Letras
Usina de Letras
54 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62309 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22541)

Discursos (3239)

Ensaios - (10398)

Erótico (13576)

Frases (50697)

Humor (20046)

Infantil (5466)

Infanto Juvenil (4789)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140835)

Redação (3311)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6217)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Velhos caminhos -- 04/01/2000 - 23:42 (Iraci Cardoso Machado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pensando lentamente como se temesse machucar velhas lembranças, iniciei o percurso por onde passei tantas vezes em outras épocas, ansiosa por rever paisagens e caminhos onde andei nos verdes anos da vida.
Retomei o mesmo trajeto. Encontrei velhas estadas conhecidas que me viram tantas vezes abraçada aos sonhos e fantasias da juventude. Agora são simples passagens onde poucas pessoas circulam indiferentes.
As velhas fantasias de outrora perderam a importância. A antiga casa desbotada com seus janelões escurecidos pelo tempo, velhos móveis irreconhecíveis pertencem a outros. Aquelas janelas que tantas vezes debrucei para ver o tempo e o nada!
Prossegui procurando encontrar os cacos do passado para ver o que havia sobrado das velhas lembranças e atenuar a sensação, lancei o olhar pelo quintal onde havia um grande pomar, laranjeiras e goiabeiras, onde passava horas inteiras montada em cavalos de mentira cavalgando na imaginação. Nada mais encontrei.
Vi, de repente, a escada que descia para a cozinha onde eu subi e desci milhares de vezes pelo corrimão. Ah! Tudo se perdeu com o passar dos anos, nada mais me traria risos, nem a voz nem o semblante das pessoas queridas. Depois me contive, porque era dolorido demais o jogo da saudade, saudade de mim mesma.
Decidi voltar pelo mesmo caminho. Na passagem encontrei um velho coqueiro que me viu crescer, ao ver-me calada e triste parecia querer segredar-me, quase em sussurro: não morri! Ainda estou de pé. Ergui a cabeça e percorri ainda um grande trecho de estradas abandonadas. Subi até o alto da serra onde estava o carro, da rodovia que lá hoje existe, lancei um olhar sobre aquele vale coberto de coqueiros e toda aquela paisagem cheia de montes pensei, nunca mais voltarei aqui.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui