Farol alerta,
buscando no encontro
de esmeralda e água-marinha
o piscar de uns olhos-estrelas.
E vem o barco,
deixando rastros,
como saudade,
e passa...
Coqueiro aflito,
acenando a cabeleira ao vento,
como que adivinhando jangada em retorno.
E vem a onda,
explodindo na areia,
espumas desfeitas,
e passa...
Rocha atônita,
aguardando as notícias das marés,
numa paciência de casca,
que mal esconde a ebulição.
E vem o marulho,
apático como a rotina,
e passa...
Eu, toda olhos, cabelos, pele, anseio,
caminho no horizonte,
com o olhar de coração apertado.
E vem a saudade,
dourando ao sol a vontade de te abraçar,
e não passa.
Lílian Maial |