E se noiz for compará
todas idades dos homi
C´as idades dus animá
E botá tudo que come
Café, armoço e jantá!
Muié é prato principá
Junta vontade c’a fome.
Na idade de quinze anos
O homi se acha bacana
Essa idade do “Macaco”
Só descascando banana
C’a direita e c’a canhota
Pensando na Maricota
Ele só pensa em chana.
Com vinte anos de idade
Num pode ver um matinho
Boa idade da “Girafa”
Vive comendo brotinho
Come rápido e ligeiro
Na cama, chão ou banheiro!
Traça a filha do vizinho.
E quando chega nos trinta
Cumeça esse tá do stresse
Nessa idade do “Urubu”
Come tudo que aparece
Vestiu saia ela tem vez
Menos padre e escocês
Mijou de cócora merece.
Já chegando nos quarenta
Sobe bem como viver
A idade no vôo da “Águia”
Escolhe o que vai comer
Vai com tempo e paciência
Exige só excelência
Pro seu deleite e prazer.
Com cinqüenta, tudo inventa
Num pode ver microfone
É a idade do “Papagaio”
Fala muito e pouco come!
Vive contando vantagem
Só quer manter a imagem
E provar Qué muito homi.
Quando chega aos sessenta
Sentado na calçadinha
É nessa idade do “Lobo”
Que só olha pra bundinha
Quer chapeuzinho vermelho,
Mas sua imagem no espelho
Só vai comer vovozinha.
Diz que tudo lhe atrapalha
Ao chegar nesses setenta
Nessa idade da “Cigarra”
É que a vida lhe aposenta
Canta, mas não come nada!
Só mexe com a empregada
Quando come se arrebenta.
E se chegar aos oitenta
O difícil é prosseguir
Nessa idade do “Condor”
Ele só pensa em dormir
Sonha com o que comeu
Doente quase morreu
Com dor aqui, dor ali.
É nessa idade do “Pombo”
Se dos oitenta passar
Não come e vive avoado
Só faz merda, tá gagá!
E mesmo sem comer nada
Fica fazendo cagada
Cagando em todo lugar.
Cordel Baseado no cordel homônimo de Rossini Macedo, (Tonho dos couros).
