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Poesias-->(sem título) -- 15/11/2002 - 08:17 (Luisandro Mendes de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Ouve um estalo, insight. Como raio, súbito, intempestivo, fatal. Tirou-me todo um alicerce emocional que naquele momento sustentava as minhas toscas emoções. Eu tremia, titubeava, queria gritar, dizer a todos: Te quero! Te quero! Ó Deus, como eu te quero! Só para mim. Não mais, eu, antes um poeta objetivo que acreditava no livre-arbítrio dos homens, era, nesse momento, um servo tão aviltado quanto os bêbados que caem pelas valas de esgoto e lama e o pobre odor que delas exala. Não mais me dominava. Imerso em morosas dramaturgias catárticas, que completavam a lacuna daquele instante. Você, dentro de uma calça Lee que não caberia tão bem em ninguém mais, como coube em ti.; surge renascida como a fênix, da cinza das minhas venturas e crenças nalgo verdadeiro e concreto. Eu não sabia o que lhe dizer, mesmo tendo tantas e tão belas palavras nos lábios me escorrendo molhadas pelos cantos da boca. Seria você, alguém que desvendaria o mistério dos oráculos gregos que envolvem toda minha inexistência? Talvez, você pudesse me beijar e dizer bem de mansinho, bem baixinho em meu ouvido (só prá eu escutar), também te quero! Ao mesmo tempo, todo um turbilhão de emoções fervia em meu peito, enfurecido como as ondas ressaqueadas do mar (e como isso que doía). Quem sabe se eu chorasse, você, com o carinho devoto das amantes francesas e das prostitutas bonitas de Pasárgada, viria me dar seu ombro de consolo. Como Álvares de Azevedo eu sonhava e não dormia ao mesmo tempo em que minha alma se embebia em tua alma pensativa. Oh! O bulício dos corredores, as vozes à nossa volta, todo o caos humano que crepitava da vida mostrando a fugidez de sua força, nada desvirtuava a mira do meu olhar. Mas, você, indiferente ao meu drama, ao meu desejo, sequer sorriu, apenas mergulhou em seu orgulho ufano onde a dilatação do meu sofrimento preenchia todo o claustro ilusório daquelas horas que pareciam não passar. Pois, eu, ora um simples poetinha inspirado num neoplatonismo camoniano que deixa o amor somente com idéia em meu pensamento, ardia num fogo invisível e miraculoso ante toda um multidão que prestava atenção a não sei quem. E, o que me restava, naquele instante, era buscar compreender como uma pura e simples forma carnal rósea, lissérrima, etérea, e perfumada, envolta num manto místico e opaco, mexia tanto comigo.

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