Síndrome do pânico
Autor: Daniel Fiuza
22/12/2001
Olhar de medo seu segredo,
Medo de contar no olhar,
Sua voz interna seu degredo,
Uma pena imposta no pensar.
Novelo de idéia embaralhada,
O começo e o fim sem saber,
Só uma fixa bem determinada,
Amarrando sua vontade de viver.
Prisão subjetiva prende a mente,
O pavor da própria liberdade,
Trava o músculo quando sente,
A fuga impedindo a sensibilidade.
Prende-se, é seu próprio algoz,
Julga-se, impiedosa madalena,
O perverso júri é sua própria voz,
Seu corpo o tribunal condena.
Impõem uma dolorosa punição,
Cumpre sua pena resignada,
Esquece o ideal e sua razão,
Ficando com sua vida anulada.
Tanto medo envolto em complexo,
Num universo sem credibilidade,
Numa fria imposição sem nexo,
Sem nunca encontrar a sua verdade.
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