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Artigos-->O que podemos fazer para combater as causas da violência? -- 23/01/2002 - 16:32 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No Estadão de ontem, o caderno CIDADES inteiro se perguntava sobre as causas da violência, já que as conseqüências estão todas aí à vista de todos, e mesmo, e sobretudo da polícia. Descobertas as causas, chegaríamos, suponho, a propostas concretas de solução. Mas que não seja apenas a "rota na rua". Mas que não seja apenas a perda do pouco que ainda nos resta das chamadas liberdades individuais.



E o diabo é que as respostas às perguntas sobre as causas da violência estavam logo ali ao lado, no caderno ECONOMIA. Pena que ele seja praticamente ilegível.



E Lula já coloca o falecido Celso Daniel no outro mundo, com Betinho e Chico Serra e outros abnegados homens do bem, a arar a terra e a plantar alimentos na paz de Deus, assim seja.



Oxalá consiga manter mesmo a esperança, outra virtude teologal em falta, de poder mesmo governar este nosso fazendão mal iluminado aqui embaixo, onde, diz a tradição na qual Lula se orienta, estamos apenas de passagem.



O presidente e os homens do governo já não tratam nem de mitigar os sintomas da doença, como faz a maioria dos nossos médicos. Tentam apenas remediar, esse o termo, a situação com o placebo das boas intenções e dos discursos palavrosos. Ou, em seus piores momentos, começam a falar mal dos gérmes, das bactérias e dos vírus. Aquele cinismo bem apontado por Millôr Fernandes: "já andam querendo tapar o sol sem a peneira".



Sob a foto com a multidão acompanhando o cortejo fúnebre, o ESTADÃO não hesitou em inserir a questionabilíssima legenda: "Além de políticos e militantes do PT [!!!], moradores de Santo André foram dar adeus ao prefeito e protestar contra a violência".



Ao chegar ao caderno cultural, instintivamente eu ia levando a mão à cintura, caçando o meu revólver. É preciso combater a violência em todas as suas formas, mesmo aquelas que se escondem sob o manto da impunidade intelectual, ou sob as chuvas de purpurina do show-business. Ou não é uma espécie de violência ver os grandes jornais dando um tratamento de lançamento recentíssimo ao filme "Histórias reais", de Robert Altmann, que é de 1999? Ou vasculhar a programação dos cinemas de toda a região que vai de São Carlos a Ribeirão Preto e não encontrar, em perto de 40 cinemas, senão a baba preparada para as férias escolares: "O senhor dos anéis", "Xuxa e os duendes" e mais um ou dois filmes? Ou não é violento que nos impinjam diariamente esse feixe de músculos que é o Alexandre Frota, agora na Ilha de Caras a escrever suas memórias da Casa dos Artistas? Ou esse acúmulo tardio de smegma e semi-afasia com que nos bombardeia o Supla? Ou aquela coroazinha branca e brega no alto do cocuruto louro da ex-borralheira Bárbara Paz? Isso, para ficarmos apenas no que mais nos salta aos olhos numa banca de revistas.



Aqui mesmo no usina alguém perguntava o que podemos fazer contra a violência. Eu diria que temos o dever de fazer e podemos fazer cada vez melhor, cada um de nós, tudo o que fazemos. Já estaria de bom tamanho. Como autores/leitores, podemos combater a violência lendo e nos instruindo cada vez mais, tentando escrever cada vez melhor, cultivando o idioma, respeitando minimamente as regras gramaticais e, por conseguinte, os olhos dos leitores. Acho que seria sensato, e verdadeiramente útil. Além de nos pouparmos da salivação que normalmente sói acompanhar as fatalidades desta vida.
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