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Artigos-->O BEM E O MAL EXISTEM -- 04/01/2010 - 14:35 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O BEM E O MAL EXISTEM





Francisco Miguel de Moura*





Todo mundo que tem juízo sabe o que é o bem e o mal. E sabe que existem concretamente como o dia e a noite, a saúde e a doença, a liberdade e a prisão, a vida e a morte. E que a maioria da sociedade condena o assassinato, o roubo, a tortura, o estupro e os demais atos violentos que hoje são tão comuns, infelizmente.



Os atos violentos que causem prejuízo a alguém são condenados e, quando habitualmente praticados por uma criatura, essa criatura é a representação do mal. Quem mata o semelhante – o maior mal praticado contra alguém – pode até iludir-se que é bom para si, mas não é. Males menores, quando não afetam concretamente nenhuma pessoa, podem até ser perdoados pela sociedade. Afinal de contas, se aceita um mal menor na esperança de que não aconteça o pior.



Mas a bondade tem limites. Por isto o último prefeito de New York e candidato a presidência dos Estados Unidos, cujo nome não me vem à memória, acabou a violência da cidade, então uma das mais violentas do planeta, simplesmente punindo todos os desvios legais, desde a pichação aos roubos e assassinatos, crente que, com o crime, não deve haver condescendência. E ele tem razão.



Quem não sabe que uma agressão é maléfica? E é maléfica também ao próprio agressor. Os violentos têm menos saúde, menos paz, vivem pouco e com péssima qualidade de vida. A mania do agressor é dizer que foi agredido primeiro, o que não justifica, mesmo sendo verdade. Afinal, quer-se é não-violência, o bem – aquilo que com o mal jamais se alcançará. Tolerar a inconsciência? Nunca. Trabalho neles, escola neles, catecismo neles. E se esses corretivos não forem suficientes, que venha a punição que mereça.



O romancista Dostoiévski, em “Crime e castigo”, narra o personagem Rascólnikov expiando a culpa, mas crente de que matou a velha agiota para fazer o bem a si, a ela e à sociedade. Ora, matar não é solução pra nada. Por isto, não sou a favor da pena de morte: – O criminoso deve expiar sua culpa aqui, sim, perante a sociedade a quem feriu. Nunca deixar isto para o outro mundo. Pode ser que esse outro mundo não exista. A punição não deve ser como vingança, mas como justiça. A pena de morte, ao contrário, dá o direito de vingança e ninguém tem direito sobre a vida do outro, muito menos o estado, reconhecidamente um opressor. Também, qualquer tentativa de dominação que não seja legal é violência, maldade, seja física, moral, intelectual, espiritual. É o direito à liberdade de pensamento e expressão.



Até aqui vimos o que o Prof. Marcos Sidnei Pagotto, da UMESP chama de “grandes narrativas”: Deus, a razão, a consciência individual. E se refere também às “pequenas narrativas” – as contemporâneas: tribos, extremismo religioso, sucesso pessoal, em virtude de vivermos a globalização do planeta, o capitalismo avançado, o individualismo exacerbado e o oportunismo, onde tudo é objeto e o que conta é a felicidade pessoal por cima de tudo e de todos.



Assim, quer o ator tenha ou não consciência de crime e justiça, quer acredite em Deus ou não, quer pense como o personagem de Dostoévski, para o qual “se Deus não existe tudo é permitido”, deve ter julgamento e punição, pelos meios mais democráticos da sociedade, para que não formemos um futuro mundo de criminosos, o que seria a negação de tudo, toda a ética, moral, justiça, leis, amor e preceitos religiosos, a negação da nossa humanidade.



Apenas a punição interior lhe cabe e dela nenhum criminoso poderá livrar-se até morrer;. A externa nos cabe como sujeitos da cultura e da sociedade.



Enfim, chegamos à conclusão de que o bem e o mal existem. E ao problema maior: Como evitar o mal e incentivar o bem? Estes são os dois grandes problemas da humanidade. Devemos perdoar os pecados, o mal, sim. Mas sem desistir da punição, tendo o cuidado de considerar o criminoso uma pessoa capaz de recuperação, mesmo que poucos queiram (ou consigam).





________________

*Francisco Miguel de Moura – Escritor brasileiro, membro da Academia Piauiense de Letras, Teresina, PI, Brasil, e da International Writers and Artists Association (IWA). Toledo, OH, Estados Unidos da América



Postado por FRANCISCO MIGUEL DE MOURA às 02:35



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