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Teses_Monologos-->A Propaganda e os Males do Cigarro -- 12/05/2002 - 12:44 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Uma das poucas coisas que ainda se pode estabelecer razoável consenso, sem sombra de dúvidas, é sobre a qualidade do cinema americano. Realmente, em se tratando da chamada Sétima Arte, eles são imbatíveis. Mas, como nada é perfeito, a contumácia do americano pelas pesquisas não demorou a que eles descobrissem que, justo naquela arte, estaria o meio ideal para divulgar e propagar os resultados de suas pesquisas. E foi dessa maneira que os americanos iniciaram o processo de propaganda e marketing, impondo moda, alterando costumes e comportamentos, e até criando e ampliando, no mundo inteiro, um exército de consumidores para seus produtos, naturalmente ao sabor de suas conveniências políticas e econômicas.

Assim nasceram os super-heróis, nas cores vermelho e azul, preferencialmente, de todas as formas e para resolver todos os problemas. Nada ficou de fora. Se precisasse subir uma parede era só recorrer ao Homem Aranha. Voar e salvar toda a tripulação e passageiros de um avião, em queda livre, era brincadeira para o Super-Homem, que, aliás, nas horas vagas, ainda trabalhava como jornalista disfarçado no famoso Clark Kent.

Se o caso a resolver fosse nas profundezas oceânicas, bastaria chamar o Homem Submarino. E tínhamos, também, o Fantasma. Com mais de trezentos anos, e que deve estar vivo até hoje. E vários outros, inclusive um mágico, o Mandrake, que poderia ser retirado da cartola no caso de alguma improvável falha dos demais super-heróis.

Assim aconteceu com o cigarro. Sua propaganda subliminar, no sentido psicológico do termo, invadiu as telas dos filmes americanos e as salas de projeções do mundo inteiro. E o mundo inteiro passou a conhecer as várias facetas “positivas” do cigarro. Fumar estaria na moda. Era sinal de quase tudo que fosse admirado, desejado, enfim. Nas telas, assistia-se à euforia das mulheres em relação aos fumantes. Quanta elegância! Quanto charme!Quanta masculinidade!

Não se falava em nenhuma pesquisa a respeito dos malefícios do cigarro.E aqui no Brasil a classe médica era indiferente. Os médicos também fumavam, pois, segundo eles, “na literatura” médica, da época, nada havia de comprovado em relação aos males à saúde provocados pelo hábito de fumar.

Mas o tempo, sempre o tempo, encarregou-se de mostrar o contrário. Muitas doenças. Muito sofrimento. Muitos óbitos. E, enfim, a conclusão: o cigarro faz mal a saúde. Bastaria, a partir desta constatação, proibir o uso do cigarro e hoje não estaríamos acumulando tanta desgraça e tanto prejuízo. Mas, sempre o mas, nada fizemos de prático. E o tempo foi passando. E o povo foi fumando. Cada vez mais fumantes. E o povo foi morrendo. E o governo entra em cena.

Primeiro de forma tímida, obrigando a que nos maços de cigarro constassem a frase: “O cigarro é prejudicial à sua saúde”. A indústria tabagista, num primeiro momento, reagiu, alegando falta de comprovação científica. E o governo alterou a frase para: “O cigarro pode ser prejudicial à sua saúde “. Passado algum tempo, veio a comprovação científica e o governo retomou a frase anterior, O cigarro é prejudicial à sua saúde”. E esta frase, vale dizer, esse prejuízo, durou um bom tempo. Até que as pesquisas avançaram mais um pouco. E a classe médica, notadamente os oncologistas, apoiados pelos cardiologistas, pneumologistas, ginecologistas, e quase todas as especialidades médicas, amparados por inúmeras pesquisas e dados estatísticos assustadores, alertaram o governo. E o governo começou, ainda de forma tímida, a proibir a propaganda de cigarros.

Em dezembro de 2000, o Governo Federal restringiu a veiculação da propaganda de cigarro em jornais, revistas,, tevês, rádios e outdorrs. Em Brasília, a propaganda de cigarro e álcool foi um pouco mais rigorosa do que aquela estabelecida no âmbito do governo federal: na Capital, a proibição alcançou, inclusive, os eventos patrocinados por esses produtos.

A partir de hoje, no entanto, deu-se mais um passo. Desta vez, além das proibições já existentes, os fabricantes deverão divulgar, impressos no maço, as advertências dos males causados pelo cigarro, bem como a impressão de fotos coloridas dos vários tipos de doenças que o hábito ou vício do cigarro causa ao fumante.É o chamado “choque da imagem”.

Há inúmeras advertências, com fotos, mostrando os males do cigarro em relação à mulher e ao bebê – durante a gravidez-, aos males em órgãos vitais - como o coração- e advertências sobre as más influências que induzem os jovens e adolescentes à imitação dos adultos e familiares. Fala-se, também, na dependência da nicotina, no mau hálito, no câncer da boca, do pulmão,na falta de ar e até na impotência, alguns dos males causados pelo fumo..

Dito isto, fico a pensar se não estaríamos perdendo tempo, mais uma vez. E porque penso assim? É simples. Quando alguém pretende comercializar um produto como a água mineral, por exemplo, ele precisa ter o certificado do Ministério das Minas e Energia de que se trata, realmente, de água mineral. Só isso? Não.

Depois, ele precisa adquirir, junto ao Ministério da Saúde, outra autorização, pois o produto exerce influência direta na saúde da população e, por isso, precisa ser checado antes de ir para o mercado.

Do exposto, cabe indagar: A água pode ser considerada mais perigosa para a saúde do que o cigarro? E porque a droga do cigarro pode ser livremente comercializado, enquanto a droga da maconha é considera ilícita? Se uma das principais funções do Ministério da Saúde é, exatamente, proteger a saúde da população, e se o cigarro é, reconhecidamente, um grande mal para a saúde da população, reconhecido pelo próprio Ministério, porque não proibir sua comercialização? Até quando vamos enfeitar os maços de cigarros com dizeres e fotos e continuarmos enfeitando, com flores e fitas, os caixões dos que padecem pelo fumo? Eu só queria entender!...



Domingos Oliveira Medeiros]
10 de maio de 2002
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