Confusão dos diabos com molho azedo,
tá fazendo nosso senado, numa grande embrulhada.
Os homens estão passando por cima, como pelegos
da mínima ordem moral que rege nossa pátria amada.
Os homens que a gente votou tão aprontando de montão:
passam por cima de tudo e de todos por interesse próprio,
ultrapassam todos os limites da prontidão,
do bom senso, da ordem, como estivessem tocados a ópio.
Até no painel de votação eles burilaram,
Cada um com um interesse particular,
Todos sabiam que o painel estava sendo deflorado
e todos se silenciaram na moral que não sai caro.
Agora, todos acusam todos. Agora todos são inocentes,
agora todos são grandes santos brasileiros;
mas o povo sabe que está sendo enganado de frente,
os homens até pensam que podem enganar até os marmiteiros.
A trama foi descoberta e a imprensa bateu tambores,
A maioria está envolvida no que a gente sabe.
Sem contar o que acontece de horrores
e ninguém fica sabendo: calados ficam os lábios.
É tanta corrupção que a gente não sabe contar.
É tanta corrupção que a gente não sabe
quem é o santo da paróquia e o vilão cheio de pompas
a gente não sabe mais, quem é quem, ou quem é o dono do sabre.
Nesta história toda o povo fica triste e supreso.
Como pode acontecer tanta coisa depois de
ter acontecido tanta coisa!
O exemplo não serviu e poucos estão presos.
Fala mais alto o dinheiro,
fala mais alto o poder,
e não tem erro:
todos são hábeis perdigueiros!
E fica a pergunta: porque FHC não quer
a CPI da corrupção? Que ela se instale?
Será porque tem tanta gente importante no pé?
Ou será que a panela é tão grande que envolver
todo mundo iria acabar
num grande confusão que o caos dispare?
