Usina de Letras
Usina de Letras
157 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50616)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140801)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->VIDA APÓS A VIDA -- 10/12/2009 - 17:17 (Divina de Jesus Scarpim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ando pensando já faz algum tempo em como seria terrível se de verdade acontecesse o que muitas pessoas afirmam sobre existir vida após a morte. Imagina a cena: Você morre e tem alguém lá do outro lado te esperando, depois chegarão outros e você vai se encontrar com todas as pessoas com quem conviveu e teve laços de amizade, amor, parentesco enquanto estava vivendo essa vidinha besta aqui na terra.



Acontece que, pelo que eu entendi, se é que entendi alguma coisa dessa idéia de vida após a morte, do outro lado você é um espírito de luz, você se livrou do seu corpo e, junto com ele se livrou também de uma porção de coisas negativas que são inerentes à raça humana. Você está num degrau acima para se tornar um espírito puro, você está evoluindo, é um candidato a alguma coisa de suprema-pureza que eu confesso não conseguir fazer muito bem a idéia do que seja. Mas, enfim, você está lá, com seu pai, sua mãe, seu primeiro namorado, seus filhos, seu marido, todas as suas melhores amigas desde aquela da escola primária até a do asilo, e todos são espíritos de luz candidatos a se tornarem um super-espírito puro, seja lá o que isso for. Rapazes! Por favor, pensem nesses parentescos e relacionamentos que citei acima masculinizando ou feminilizando as pessoas de acordo com o que se adequar mais ao que foi (ou terá sido quando isso acontecer) a sua vida.



Imagino que, nessas condições não possa haver mentiras, meias-verdades, disfarces, segredos; e mais, imagino que o segredo seu que todos saberão não é aquele que você contaria e do jeito que você contaria, é todo e qualquer segredo; seus atos e pensamentos mais profundos. Todos vão saber as condições, o momento e o que você pensou e sentiu em cada situação da sua vida, que você guarda só pra você e que não diria nem sob tortura a nenhum ser humano do planeta. Ou será que você não tem nada disso? Nada mesmo? Nenhum pensamentozinho insidioso num momento de fraqueza? Nenhum “Foda-se, ninguém tá vendo mesmo!” naquele dia em que você estava sozinha em casa ou trancada no banheiro? Nunca se arrependeu de algo que sentiu e depois jogou aquilo debaixo do tapete que não deve jamais ser levantado?



Não vou fazer uma lista de possibilidades aqui porque não quero constranger você e porque não quero me entregar que também sou humana, mas acho que ninguém escapa dessa; e isso não é verdade só para nós, mulheres. Pensem comigo, garotos: nada a esconder?



Das duas uma: ou eu sou uma anomalia, uma “freak”, uma aberração da natureza, ou todos nós temos os nossos segredinhos inconfessáveis por menos danosos que sejam. Acho que a segunda opção é a verdadeira, mas você pode tentar me desmentir se quiser.



Podemos ser boas pessoas, respeitar e valorizar os amigos, a família, a sociedade, as leis; podemos ter passado pela vida sem cometer nenhum crime, sem nunca prejudicar propositadamente qualquer pessoa... Mesmo assim não sairíamos por aí dizendo tudo, tim-tim-por-tim-tim, o que fizemos, pensamos e sentimos em todos os momentos da nossa vida.



Como aceitaríamos fazer isso depois de mortos e para todas as pessoas que tiveram alguma importância para nós? E ainda com a possibilidade de que isso aconteça assim, diante de todas as pessoas e ao mesmo tempo... Por favor, escondam minha cara! Acho que se pensar por esse lado a tal vida depois da morte perde muitíssimos do seu charme, não perde não?



Mas, pensando e “caraminholando” sobre o assunto, eu quis nos livrar disso e tentei encontrar uma saída: E se a gente não precisar ser transparente para todo mundo do lado de lá? Podemos restringir essa abertura plena e irrestrita da nossa pessoa a um único ser, por exemplo um outro espírito, mais evoluído que nós e que estaria, nesse caso, como uma espécie de orientador da nossa "caminhada evolutiva".



Ou, se você é religioso e prefere ele, então que esse ser mais evoluído seja Jesus, o espírito mais evoluído de todos os espíritos evoluídos que possam existir (é o que dizem...). Então tá! só ele vai saber todos os seus segredinhos sujos. Ainda assim ficou um sentimentozinho de “sem-graça” não ficou mesmo? Em mim ficou, eu juro. E olha que nem acredito nesses espíritos evoluídos todos!



Mas quer ser mais restrito ainda? Tá bom: vamos supor então que seja deus, que exista deus e só ele tenha pleno conhecimento da sua personalidade na íntegra. Será que agora dá pra encarar uma vida depois da morte e, mais ainda, uma vida depois do esclarecimento total e completo de que alguém além de você sabe TUDO?



Bem, não posso falar por você nem por ninguém, mas garanto que a correr esse risco eu prefiro que não exista vida nenhuma depois da morte... E mais: se puder escolher abro mão, por melhor que seja e sem pensar duas vezes, de qualquer possibilidade de vida após a morte para poder conservar e levar comigo (e só comigo!) para o nada, a minha privacidade.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui