Há em muitos lares tristeza,
Insegurança e aflição!...
A morte espreitando à mesa
Por faltar no prato o pão!
Há criança desvalida
Que morre na flor da vida
Por fome, desnutrição!...
Porque ao pai, operário,
Lhe foi negado um salário
Digno de uma nação!
Porém, bem mais falta ao povo
Uma conscientização
Que dê a visão do estorvo
E as causas da extorsão!
Que diga claro: “operário
As causas do teu calvário
Não são difíceis de ver...
Elas estão - com seu mal
Nesse grande lamaçal
Que se instalou no poder!
As causas dessa pobreza
Dessa miséria em ascensão,
Estão com toda estreiteza
Nos atos de corrução...
Estão na orgia dos ricos,
Nas farras dos “odoricos”,
Leilões, SIVAM, no PROER...
Na compra de deputado
Pra elastecer o reinado
De quem só pensa em poder!
As causas dessa miséria
Estão na questão da terra,
No latifúndio em qual área
É hoje um campo de guerra”.
A pobreza atônita, alheia,
Vinda do campo esperneia
Por terra só a necessária!...
E o latifúndio armado
Pelo poder respaldado
Diz “não” à reforma agrária!
Até quando, quantos homens
Vão desse mal padecer?...
Quantas crianças com fome
Terão que sofrer...morrer?...
Qual será o número exato
De fúrias, de assassinato
Par reforma agrária vir?...
Quando irão jovens em flor,
Um dia, exalar o odor
Do perfume do porvir?
A resposta a tais perguntas
Está no verbo : LUTAR!!!
Educar o povo oprimido
E contra a opressão marchar!
A própria luta é a escola
Onde o povo as lições arrola
Para se armar de saber!...
Saber que há de se impor,
Que só vencendo o opressor
Transformará o poder!!!