Uma das crianças do último foguete pergunta:
“A velocidade da luz
é quase 300 mil quilômetros por segundo,
mas e a velocidade da cor?”.
Outra criança responde:
“A velocidade da cor chega perto!”.
E outra continua:
“Algumas cores foram bem ligeiras
pra surgir aqui.
O amarelo berrante
raiou hácute; muito tempo...”.
Uma outra criança mais ácute;gil afirma:
“O vermelho perdeu a corrida
e ficou do seu jeito raivoso,
no meio da carne crua.”
“E o azul?” - questiona a primeira criança.
“Esta chegou em terceiro
para se espalhar no céu.
O verde foi um azul
que se lançou tanto, todo dia,
até se esquecer quem era”.
“Outras cores estão chegando!” –
confirmam todas as crianças
do último foguete.
“Chegarão aqui no planeta
e não encontrarão crianças!”
A criança mais nova então pergunta:
“E se as últimas cores
forem tão bonitas,
que até cego possa ver?
O que elas pensarão
no vazio da gente e do lácute;pis de cor”
Neste momento,
no último foguete acionado,
um dos adultos ruminantes diz:
“Se cego puder ver cor
sem um olho ativo,
então estas cores estão colorindo o espaço
e não chegarão tão cedo.
Todo mundo pra dentro da nave bege!”
DO LIVRO: "O ÚLTIMO FOGUETE"
