Um homem solitário
Prosopopéia - 04
Autor: Daniel Fiuza
19/01/2002
Um homem triste solitário,
Olhando o rio calado,
Com águas imaculadas,
Lentas e indecisas.
Ouvindo o som da floresta,
Empinava pensamentos,
Montadas por suas lembranças,
Que eram bebidas pelo vento.
O rio sentindo a tristeza,
Bateu na pedra e cantou,
Uma linda canção de amor,
Para amenizar sua dor.
Vestida de véu e grinalda,
Uma nuvem apaixonada,
Sombreou aquele rio,
Com uma sombra delicada.
As espumas em desafio,
Fazendo festa no rio,
Criaram asas de repente,
E voaram alegremente.
A mulher que muito amou,
Partiu para a eternidade,
Levou consigo o amor,
Seu sabor e sua coragem,
Deixou uma dor sedenta,
Uma recordação cinzenta,
E uma tormenta de saudade.
Na solidão sonolenta,
Na tristeza absurda,
Numa sólida ausência,
Vivia um vazio enorme.
Dentro dos olhos das lágrimas,
A alma daquele rio,
Acorrentada na dor,
Era um amigo solidário,
Doando um pouco de calor,
Aquele homem solitário.
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