Sob a bandeira do Brasil
À inveja em desnorte
Minha flor-rosa-Abril
Me serve de passaporte!
Intróito Clássico Acumulado:
Em versos... Cambalhoteiros
Do preconceito mineiros
Palavróides trapaceiros
E os "eiros" todos juntos?!...
Há-os enchendo boeiros
A fingir que estão inteiros
Sob os vates verdadeiros
Infelizmente defuntos!...
EM TEUS DEDOS ESTÁ O SOPRO !...
Tomaste as rosas por erva
E gozaste-as em perda
Ironizando os carinhos
Agora segura o ramo
Porque aquilo que eu amo
É de caule sem espinhos
E não tem ardis mesquinhos.
Sou cravo dos vermelhinhos
Orvalhados e fresquinhos
Na noite de São João
Que abraçam as rosas todas
E no terreiro às rodas
Dão-se ao baile em coração
Até cair de exaustão.
Não faças mais confusão
À sombra da condição
Que acende a covardia
Nem atices a fogueira
Da ignóbil lixeira
Em burlesca valentia
Que é só estulta mania.
Constata que dia a dia
Enquanto a corda desfia
Mais um cego tu empurras
Para o meio da fiada
Onde andas embrulhada
E de vergonha te esmurras
Como sarilho às turras.
Deixa burros... Deixa burras
As bostas... As graças zurras
E convence-te de vez
Que se és muito brasileira
Mulher e pessoa inteira
Eu sou muito português
Que recebo e dou mercês.
Medita... Quem é que fez
Este braseiro soez
Que hora a hora se empesta?
Quem é que deveras manda
Na trama que põe o samba
A dar fado que não presta
Encolhe os ombros e resta?...
Medita... Sobre mais esta
Para se acabar a festa
Que assume aspecto vil:
Que têm a ver connosco
Entre o gosto e o desgosto
Lado a lado em perfil
Portugal e o Brasil?
Acolhe-te em teu redil
E estima o céu de anil
Que acoberta teu rebanho
Que eu recolho junto ao meu
Respeitando sempre o teu
Em honra do meu tamanho
E de resto cá me amanho.
Agora vou tomar banho
Para tentar algum ganho
Após tão suja negrura
E se quiseres replicar
Não o faças sem deitar
Lavanda na amargura
Em palavra de água pura.
Toma-te em causa segura
Da consciência e procura
Cerce o corte radical
Porque se me humilhares
É sinal que a sambares
Pelos passos salutares
Estás disposta a dançar mal.
Dos ventos em estendal
Os bobos de Carnaval
Que na cinza metam dedo
Só a ti irão provar
Que quem pôs a roda a andar
Por tanto ser e teimar
Não a quis parar mais cedo.
Nunca na vida o enredo
Me freou ou causou medo
Com os mais biltres inversos
Mas confesso recear
Que se a trampa não parar
Por estes ínvios processos
Em trampa vão chover versos!
Torre da Guia
= PS =
Os senãos suicidazinhos
Que se metam de espertinhos
Sei-os eu bem distinguir...
Esses... Deixa-os comigo
Do nariz além do umbigo
Cortá-los-ei a sorrir
Sem a ti me referir.