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Artigos-->LÉVI-STRAUSS (1908-2009) -- 16/11/2009 - 20:51 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LÉVI-STRAUSS (1908 – 2009)



Francisco Miguel de Moura – Escritor, Membro da Academia Piauiense de Letras



De Paris, com base em comunicado da Academia Francesa de Ciências, terça-feira, 3 de novembro, o mundo foi informado do falecimento do sociólogo e educador Claude Levi-Strauss, belga, de pais judeu-franceses, nascido em Bruxelas, em 28-11-19008. Strauss é considerado o último grande pensador francês, cujo centenário foi festejado no mundo inteiro. Filósofo de formação, pioneiro do estruturalismo, sua obra correu mundo, inclusive pelo Brasil, onde foi professor convidado, depois nomeado, da Universidade de São Paulo, quando do início da instituição universitária entre nós. Em 1935, viajou para o Brasil, onde chefiou várias missões etnológicas na Amazônia e em Mato Grasso. Essa experiência foi explorada e explicitada sociologicamente no seu famoso livro "Tristes Trópicos" (1955). Trabalhou em prol da reabilitação do pensamento primitivo, muitas vezes com o olhar de moralista. Tendência predominante em sua obra, especialmente depois das pesquisas no Brasil, demonstrou que não há diferença entre o pensamento primitivo e o moderno, como analisa e prova em obra de 1962: "Não se trata do pensamento dos selvagens e sim do pensamento selvagem. É uma forma que se atribui a toda a humanidade e que podemos encontrar em nós mesmos, mas preferimos, no geral, buscá-la nas sociedades exóticas".

Catherine Clément, especialista em sua obra, escreveu: "Cada um de seus livros é um manual do pensamento que força a inteligência a se abrir, e uma espécie de evangelho laico que ajuda a se comover diante da vida".

Silhueta delgada, cabelos brancos e olhar agudo, Claude Lévi-Straus era "intimidamente tímido", isto é, um tímido que não se deixava intimidar, disse o jornalista que escreveu a notícia de sua morte. Grande capacidade de ouvir, pouco preocupado com a posteridade, por isto não escreveu memórias. Foi Vice-Diretor do Museu Histórico do Homem, em Paris; ocupou a cátedra de Antropologia Social do Colégio da França, onde ficou até sua aposentadoria (1982); doutor honoris-causa de várias universidades de prestígio como Oxford, Yale e Havard; e o primeiro etnólogo eleito membro da Academia Francesa, em 1973.

Além de "Tristes Trópicos", publicou uma vasta obra que é referência mundial em filosofia e sociologia; cite-se em primeiro lugar: "Estruturas Elementares do Parentesco”, "Mitológicas" (uma série de 4 volumes, na qual se encontra "O Cru e o Cozido") e "Antropologia Estrutural I e II". Recebeu influência do linguista Roman Jakobson, por sua convivência com ele, quando refugiado nos Estados Unidos, na época da Segunda Grande Guerra. Num dos seus estudos afirma que, no plano de uma lógica abstrata, cada cultura é incapaz de emitir juízo verdadeiro sobre outra, pois uma cultura não pode evadir-se de si mesma, a menos que reconheça que tal juízo cai na arapuca do relativismo.. Mas Lévi-Strauss reconhece: "Tal como Diógenes provava o movimento andando, é o próprio progresso das culturas humanas que, desde as imensas populações da Ásia até as tribos perdidas na selva brasileira ou africana, prova por uma adesão unânime sem precedentes na história, que uma das formas da civilização humana é superior a todas as outras: a ocidental. O que os países `insuficientemente desenvolvidos` reprovam nas assembléias internacionais não é o fato de os países desenvolvidos os ocidentalizarem, mas o fato de não lhes darem bastante rapidamente os meios de o fazerem".

Enfim, suas contradições são aparentes e poucas as dificuldades de interpretação dos seus textos. Diante de tão vasta e profunda obra, depois de vida tão frutuosa, por isto edificante, o mundo intelectual reconhece e lamenta sua perda.







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