Eis-me de burro... Quase extinto A zurrar... Sim... Tudo o que sinto! Perfeito paciente de cicrano Que presume ser o que não é Perto do fim mantenho-me de pé Escravo da palavra do humano. Contemplo o rito de beltrano Que se tem por extrénua figura E só vislumbro estranha criatura Devedora em perpétuo engano. Dois-mil-e-três que burro de ano Se me depara no veio excretor E me interrogo: céus aonde estou?... Pensando bem cicrano e beltrano Quase extinto sinto-me em louvor Com dois assim já burro não sou! Torre da Guia |