É PRECISO ACREDITAR ( II )
Tanto a gente acreditou, tanto a gente acredita, que o Brasil está chegando lá. Estava esperando para dar continuidade ao comentário feito no início da Copa. Você ainda lembra? Para facilitar, não precisei matutar um novo título. Estamos fechando a quarta semana de jogos. A casa de minha amiga de West Virgínia é o ponto de referência para os inúmeros brasileiros que lá residem. A bandeira verde/amarela colocada em destaque tem causado o maior fuzuê. Mr. Earl não contava com essa. Também, pudera, nossa seleção está empenhadíssima para ganhar a Copa.
Todas as disputas foram sofridas, desde a primeira fase. Na peneirada para as oitavas de final, ficaram definidos os times que se agigantavam a cada novo adversário. Os vencedores chegaram à s quartas de final, com muita garra. Enquanto isso, fanáticos torcedores dividiam horários de rotina entre o acordar cedo, olheiras cansadas pelas noites maldormidas, tentando ficar despertos em frente à televisão, ao lado da fiel companheira, a garrafa térmica com café quentinho e fumegante, auxiliar eficaz para aquecer ànimos alterados, e depois de tudo seguir para o trabalho, pois não se pode garantir o sustento da família com a euforia dos gols marcados pelo timão. Decepções amargas para uns, inimagináveis resultados para outros. O esporte faz dessas coisas. A vitalidade de milhões de torcedores brasileiros que aguardavam as madrugadas para assistir os confrontos , garantiu-lhes o título de maior e melhor torcida do mundo. Torcida de peso, vibração saudável, calor humano. Homens, mulheres, crianças, gente do morro e da cidade, das praias e do sertão misturavam café, futebol, gritos , estardalhaço, bandeiras, buzinaços, ritmos sincopados e desordenados, numa vibração incontida , misturando a excêntrica universalidade contida dentro de um só coração: bate Brasil. Do outro lado do sol nascente, camisas numeradas e com diferentes cores, coloriam a paisagem verde dos gramados, enquanto bandeiras de diferentes nacionalidades balançavam ao ritmo dos hinos de abertura de cada duelo. Nem o clima de revanche conseguiu afastar o reconhecimento das qualidades do inimigo próximo. E a gente acreditando.
Nervos à flor da pele durante noventa minutos na decisão final. A vida vale esses noventa minutos, contando prorrogações e pênaltis. Nessa derradeira disputa não há espaço para erros e dribles mal feitos. Vai, Rivaldo. Aí, Ronaldinho. Beleza, Ronaldo. Scolari vibra com seus pupilos. Vibramos nós com eles todos. O dia e a hora já estão marcados. Duelo de titãs, dois gigantes com fome e sede de vencer. Explode coração, arrebenta o balão. Vamos lá, Seleção, rumo ao penta verde /amarelo. Sem esquecer de torcer os dedos pela vitória da Copa , pois um pouco de sorte também ajuda, continuamos firme nossa corrente. A gente acredita!
carmen@gaz.com.br
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