Corrupção e impunidade: uma questão a ser resolvida.
Muito já se disse que o Brasil é um país maravilhoso, provido de um povo gentil e de uma geografia magnífica, rico em minérios, exuberante na flora e na fauna. Mas está doente, e essa doença que tem por nome corrupção e por sobrenome impunidade é algo que lhe furta a possibilidade de propiciar à sua gente um presente e um futuro melhores. Urge que se adotem medidas para estancar este mal e resgatar a honestidade como uma obrigação da cidadania.
A corrupção, praticamente uma instituição nacional, não pode mais ser aceita. Todos os dias o noticiário dá conta de que em algum lugar foi detectada uma falcatrua. A ausência de escrúpulos graça por todas as esferas sociais, desde o mais alto escalão da república até o coletor de apostas do jogo do bicho no armazém da esquina. Nesta semana senador da república está por renunciar ao mandato objetivando furtar-se à cassação, aproveitando-se da benevolência da lei e garantido-se elegível para o próximo pleito – imitando seu desafeto conterrâneo de Jorge Amado. A possibilidade de atitudes como essa só podem ser creditadas a uma legislação ineficaz e a uma atuação propositadamente descompromissada dos poderes constituídos.
É preciso que a sociedade adote providências no sentido de sanear esta mácula institucional. A primeira, é a tomada de decisão em empenhar-se seriamente para erradicar essa mazela. Em seguida, se há de tomar o compromisso das autoridades nesse empenho. A partir daí é que se poderá, com alguma chance de êxito, estabelecer-se estratégias de atuação, seja pelo aperfeiçoamento da legislação pertinente, seja pela aplicação efetiva de penalidades. De fundamental importância, ademais, o reaparelhamento e o aperfeiçoamento dos mecanismos de fiscalização e auditoria das despesas e receitas públicas, setor reconhecidamente sucateado por interesses pouco condizentes com os princípios elementares de administração pública.
Dessa forma, a resolução dos problemas que dizem respeito à corrupção e à impunidade depende fundamentalmente de vontade política e da adoção de uma postura positiva tendente a solucionar essas questões. Evidente que não se pode ter a ilusão de que o caminho a seguir seja fácil, afinal muitos e poderosos interesses vão ser contrariados. Para a consecução dessa cruzada não se pode esquecer, por fim, de ingrediente fundamental: a coragem.