Todos ficam consternados diante da inevitabilidade da morte, que é altamente democrática dando oportunidades a ricos e pobres, bons e ruins, animais, vegetais e tudo que possa ser ceifado pela dona da foice.
O dia de Finados foi criado para que as pessoas possam lembrar sempre que essa temporada que passamos nesse planeta tem o seu fim, onde todos nós temos as nossas missões terrenas, que ao completarmos, o criador nos chama para o lado dele, fazendo pois, o exercício da nossa fé.
Para isso é reservado um lugar onde os viajantes possam fazer o seu descanso eterno, o cemitério, um caixão e o seu pedaço de terra a sete palmos incrustado no chão.
Já nesses elementos a democracia mortal deixa de se exercida, quem tem mais poder escolhe o cemitério cheios de bosques, áreas verdes e fontes luminosas, já os desafortunados, perecem em hospitais públicos e para manter a rotina desembocam em cemitérios públicos, onde inexiste segurança, limpeza e o aroma característico da morte habita os quatro cantos acompanhados de formigas, baratas e uma infinidade de insetos.
No dia de Finados recebem até um pouco de maquiagem, contudo a morbidez do pós-vida assusta a todos, por isso temos que aproveitar a vida o máximo possível, como todos estão cansados de saber, pois a “foice” quando fizer o corte não deixará nenhum rastro, somente lágrimas.
Marcelo de Oliveira Souza
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