30 usuários online |
| |
|
Poesias-->Perder ou vencer -- 06/11/2002 - 03:52 (Diogo Ferreira da Rocha) |
|
|
| |
Perder ou vencer
Gostaria de ser como os outros
Não ligar para as coisas
Que acontecem a minha volta
Ter meu mundo centrado no meu umbigo
Mas não consigo
Eu tenho que olhar
Tenho que enxergar
Ver o mundo a minha volta
E descobrir que estamos indo
Indo a um caminho sem volta
Um caminho que não escolhemos
Num mundo em que não vivemos
Aqui nós apenas estamos
Peças de um tabuleiro
Peões de um rei sem rainha
De uma rainha sem reino
De um reino sem amanhã
Eu não faço as regras
Apenas jogo o jogo
Que jogo?
Se você não sabe quem é seu adversário
Todos o são
Eu sou
Você é
Ele é
Nós somos e
Ninguém é
Ninguém é
Nada mais que
Um número
Uma estatística
Uma porcentagem
O que você é não importa
Nem o que sente
O que ama
Seis bilhões de jogadores
E nenhum vencedor
Todos temos quinze minutos de fama
E pagamos uma vida inteira por ela
Todos temos um preço
Alguns bem pouco
Outros um pouco mais
Mas o que valemos?
Nada
Você é o que você tem
Se você nada tem
Nada você é
Apenas existe
Por que não imagino
existe
28 set. 02
Quem se importa?
O que importa?
Nada somos
Nada temos
Nada importa
E ninguém se importa
Todos jogamos um jogo
Todos perdemos
Todos ganhamos
Ganhamos algo que não queremos
Queremos tudo o que não temos
Temos tempo
Tínhamos
Temos vida
Talvez
O que temos?
Nada
Nadar, nadar, nadar
Talvez essa seja a solução
Fugir nas asas de um cavalo
Ou fingir que somos todos programados
Robôs da natureza
Escravos de nossos gens
Não somos assim por que queremos
Não escolhemos
Está escrito
As estrelas não mentem
Os gens não mentem
Bases nitrogenadas não mentem
Nós mentimos
Mentimos para nós mesmos
Mentimos para todos
O mundo é uma mentira
Minha vida é uma mentira
A sua é...
Mas o que não é?
O que é, é
Diz a filosofia
Somos todos filos
Mas bem poucos são sofos
Algum sábio na platéia? não?
Eu sabia
Todos sabemos
Nada sabemos
Sabemos tudo o que não precisamos
Só não sabemos tomar o caminho certo.
Certo?
Sabemos que estamos no caminho
Rumo ao espaço profundo
Á destruição fecunda.
|
|