Pelo Avesso
Há nos meus olhos, desalento
Cansaço da paisagem insípida
Outono floreando meu coração
Folhas secas, deitadas entre páginas
Livros que nunca li, incólumes
Canções num violão distante
Notas que suspiram, introvertidas
Emoções sonolentas, abstraídas
Fundadas em castelos de areia
Desejos fatigados, desenham-se anêmicos
Agonizando em veias inóspitas
Precipício do querer, saudade de ninguém
Fumaça branca, flutuando na memória
Meus olhos, sumidos na neblina
Cavam túmulos na solidão do meu coração
Flor de luto no jardim da esperança
Adormecida entre os espinhos do silêncio...
© Fernanda Guimarães
Em 20.07.00
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