Suavemente o barquinho navegava,
Vez ou outra sua base tremulava
Pela correnteza levado, quase a afundar.
Como saber, meu Deus, onde iria parar?
Meu barquinho de papel colorido!
Carregava os meus sonhos de criança,
Levava no interior minha esperança,
De ver o mundo mais feliz e mais florido.
Eu cresci e tantas coisas já vivi,
Mas, do barquinho de papel não me esqueci.
Fecho os olhos e recordo na verdade
O meu barco de ilusão. Quanta saudade!
Hoje, o meu barco de papel já não tem cor,
Desbotou pelo sol, pela chuva e pela dor.
Navega pelas lágrimas, quase a afundar.
Como saber, meu Deus, onde irá parar?
Meu barquinho de papel desbotado!
Ainda carrega no interior muita esperança,
E a minha vontade de voltar a ser criança.
Vai, barquinho de papel, vai por aí,
Leva por este mundo sem fim
O meu desejo de ser feliz, enfim! |