Certa vez, um gato escorregou
pelo brilho da lua e
pousou bem no meio da minha rua.
Era um gato encantado
com olhos de sonho,
desses que usam sapatos
de almofada e
sobem no telhado para cantar
de madrugada.
Eu falei pra ele:
- Nossa, gato, como você é lindo!
Ele então, sorrindo, cofiou suas vibrissas,
ronronou sem pressa e
pediu com mimo:
─ Surpreenda-me, humana. Que
tal uma ração fresquinha com cheirinho
de linguiça?
Quem ficou surpresa fui eu e antes
que pudesse responder,
o relógio da sala bateu seis vezes
e depois, amanheceu.
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